quarta-feira, 5 de maio de 2010

Saudosismos















Na noite de homenagem a um dos últimos grandes sportinguistas a vestir a camisola verde às listas, traz-me à memória jogadores em que a vontade de dar tudo pela equipa e pelo clube era mesmo o mais importante. Os tempos são outros, a Lei Bosman ditou outro mercado, hoje o Arsenal é uma equipa "francesa", o Inter é uma equipa "brasileira", o Chelsea é uma equipa "portuguesa"...e todos os jogadores da nossa Liga Sagres sonham com as ligas inglesa, italiana e espanhola. Muitos dos que se transferem para clubes médios arrependem-se largamente de andar a marcar passo ao lado de jogadores lituanos, romenos e equatorianos, ao invés aqueles que sabem esperar pelos Manchester, Juventus, Barcelona ou Inter saem com uma certeza: se falharem continuaram a aprender com grandes jogadores (os melhores) e se tiverem êxito as suas carreiras entrarão num outro patamar a que Figo, Ronaldo, P.Sousa, R.Costa e Deco já pertencem ou pertenceram.

Mas voltando a Yordanov, gostava de dizer que há jogadores a quem um adepto gostaria de dizer "obrigado", pela dedicação, pelo esforço, pelo espectáculo ou pela inspiração. Assim de memória recordo o Damas, Manuel Fernandes, Oceano, Carlos Xavier, Balakov, Figo, Sá Pinto, Acosta, Jardel, João Pinto, Duscher, Quaresma, e claro Liedson. Mas também é fácil de entender que nos últimos 10 anos, à excepção do Sá Pinto e levezinho ninguém encarna realmente o tipo de jogadores que as bancadas de Alvalade sempre idolatraram:  o jogador corajoso, trabalhador e destemido ou o craque talentoso, virtuoso e inteligente.
Esta ausência tem culpados: os treinadores e as direcções.

Tenho saudades de boas aquisições, de futebolistas que eram contratados e entravam de caras na equipa, das "chegadas" que sendo caras ou baratas tinha uma notória capacidade para dar algo de novo à equipa.
Hoje e ao olhar para os nomes que se perfilam para a próxima época não vejo nada disto, vejo valores médios de rendimento duvidoso, vejo "idas" ao "refugo" de outros clubes, vejo uma espécie de programa de "Novas Oportunidades" para jogadores com carreiras descendentes e idades avançadas.

Quem me dera ter na equipa atletas com metade da "alma" de Yordanov, com um terço do seu empenho, com uma décima da sua coragem.

Até breve.

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