terça-feira, 8 de março de 2011

Fantoches e Espalha Brasas

Um fantoche é um boneco inanimado que actua por intermédio de “outros”, fazendo exactamente o que os “outros” querem que faça. É muito útil para divertir as crianças e outros seres com uma ingenuidade acima da média, mas será um activo duvidoso como presidente de uma instituição.

O facto de um boneco inanimado poder vir a ganhar as eleições do Sporting preocupa-me ainda mais do que o passivo, ainda mais do que a falta deste ou daquele jogador, preocupa-me bem mais do que as cadeiras vazias e às cores de Alvalade. Mas não parece que preocupa grande parte do eleitorado que se revê (sabe-se lá porquê) nas suas capacidades geniais de fazer e dizer exactamente conforme o guião que a sua máquina publicitária lhe forneceu atempadamente.

No dia seguinte às eleições, caso o fantoche ganhe, não existirá mais agências de comunicação a escrever guiões, e o boneco olhará para os “outros” na esperança que o animem. Mas o saco de comadres – os “outros”- que move este ser, estará longe de concordar na cor do céu, quanto mais conseguir ter a coordenação de puxar os fios correctamente para que o fantoche produza algum gesto reconhecível a um presidente do Sporting.

Será evidente que primeiro que um braço do boneco se mexa, podemos ter que esperar largas semanas, tal como esperamos agora por um programa ou um candidato a treinador. Os “outros” certamente ainda discutem a graduação dos óculos de Martin O´Neil ou o corte de cabelo old fashion de Adrieense. Enquanto isto, máquinas bem mais humildes vão gerando apoios com nomes mais ou menos atractivos.

Mas noutro campo, igualmente paradoxal, existe um espalha-brasas, uma espécie de contestatário de ocasião, a quem certamente ninguém chamará de fantoche por se entender cabeça e movimentos genuínos, mas a quem alguns já entenderam uma ambição que pode ser incauta para os interesses do clube. Ninguém duvida da verdadeira revolução que promete, mas também ainda ninguém conseguiu explicar como será este “golpe de estado” bem sucedido quando o proponente da revolução não tem créditos (nem bases) firmados para sustentar um novo establishment.

Entre o conservadorismo e a esquerda revolucionária, tendo a optar pelo centro, um certo centro-esquerda, mas ainda assim um centro. A ver vamos se a minha inclinação “política” se estende a estas eleições e se os candidatos que se posicionam neste centro não continuam a dar tiros nos pés como têm feito. Uma coisa é certa, evitarei votar em algo que me parece ingovernável apenas por que é diferente e em algo que me parece “falso” apenas porque parece seguro.

Até breve.

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