segunda-feira, 7 de março de 2011

As receitas

Se o clube continuar a colocar o pagamento de juros à frente da gestão e investimento desportivo, o resultado será sempre o mesmo, o adiamento e o avolumar de ainda mais dívidas. Esta é a teoria que estará na base dos procedimentos do Sporting assim que o próximo presidente tome posse. Não é um caso de opção é evidente que não existe outra saída.

Mas o facto de não existir escolha não quer dizer que haja garantia de sucesso. Bem pelo contrário. O Sporting partirá para a próxima época já em grande desvantagem em relação aos seus rivais Porto e Benfica. Existe no entanto um capítulo que pode ajudar a esta “fuga para a frente” ser bem sucedida: a eficácia.

Gerir bem, não implica necessariamente fazer o milagre de com pouco fazer muito. Tirar o máximo de rentabilidade do que existe e ser ambicioso em poucas contratações é talvez fazer melhor com o mesmo. E o que é fazer melhor?

1/ Não entrar em “limpezas” totais impeditivas financeiramente e fazer uma excelente avaliação do que existe e é bom. Torsiglieri e Zapater são exemplos do que podia ter sido uma enorme precipitação e mau julgamento de talento.

2/ Emagrecer um plantel de 26 jogadores, transferindo, cedendo ou rescindindo com quem não é estratégico. Existem muitos jogadores com ordenados desmesurados face à sua utilização.

3/ O Sporting tem 16 jogadores emprestados. A Equipa B só será uma realidade no máximo daqui a duas épocas (os regulamentos não prevêem essa solução). Urge eleger o que se pode e deve aproveitar deste número e alienar o restante. Prosseguir contrato com metade seria um valor realista.

4/ Qualquer dispensa (quer do plantel, quer dos emprestados) terá de ser cirúrgica para capitalizar o valor financeiro do jogador. Começar a trabalhar, a sério, logo no dia 27 de Março pode ser fundamental para o sucesso destas operações.

5/ É quase evidente que o treinador entrará em funções a seguir às eleições. Isso é essencial. Couceiro está a fazer um bom trabalho de recuperação, mas é mais importante que o treinador da próxima época tenha tempo de balneário e banco para decidir o que fica, o que sai e o que se contrata.

Se todas estas medidas forem meticulosamente aplicadas, o Sporting pode até com um orçamento semelhante ao desta época fazer muito melhor. Dependerá muito do trabalho e talento que o próximo treinador poderá trazer à equipa. Estes mesmos jogadores muito bem trabalhados colectivamente, com disciplina defensiva e um bom critério ofensivo podem ser o que não parecem. Podem ser o que o clube precisa.

O espectáculo traz espectadores, a competitividade traz o respeito e admiração dos media. Não é preciso esmagar os adversários por 7-0 em cada jogo ou ganhar 10 pontos de avanço nas primeiras jornadas. Comecemos por fazer bons jogos e ganhar. Mesmo que não ganhemos ao Porto e ao Benfica (o que não é assim tão difícil e ficou demonstrado no último derby), existem todas as outra jornadas onde podemos e devemos ser superiores.

Até breve.

1 comentário:

  1. Fazer algo próximo do que defende e que eu subscrevo, dependerá muito dos números de 26 à noite. Depois do que vi no sábado à noite na SIC, apenas um candidato me pareceu ter potencial para o conseguir. Bruno Carvalho ! Porém tenho fortes dúvidas que venha a ser ele o eleito. Por isso, o momento é dramático.

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