domingo, 27 de março de 2011

Carta aberta a GL

Caro Consócio Engº Godinho Lopes. Parabéns pela sua eleição. Ganhou o lugar de presidente numa das eleições mais disputadas de sempre. Mérito para os votos que conquistou, mérito para a equipa que reuniu que lhe foi disfarçando óbvias fragilidades de discurso de ideias e fraqueza de carisma.

Conquistou o seu mandato, numa campanha muitas vezes “negra” contra o candidato que esteve a uns míseros 360 votos de o vencer. Ganhou as eleições, mas o clube e o coração dos adeptos, especialmente os mais jovens e exigentes, está longe de estar conquistado.

Conto-me entre os quais votou na lista de Bruno de Carvalho, conto-me entre os adeptos que olharão para os seus gestos futuros à espera de poder ver o que não vi nesta campanha: rigor, criatividade e combatividade. Exigo-lhe, sim tenho esse direito, exigo-lhe que respeite o seu programa e que comande o clube para um mandato de ruptura com o passado.

As desculpas com as quais os sócios tem sido “amansados” há mais de 10 anos, esgotaram-se. Esgotaram o fervor clubístico, esgotaram a capacidade de acreditar. Na próxima segunda-feira exigem-se soluções, vontades firmes, actos que visem mudar o que está mal e…há muita coisa que está mal no Sporting.

Prometeu uma equipa capaz de lutar pelo título. Pois bem, essa equipa neste momento não existe, tem de ser criada. Não sei como a sua lista pensa começar a preparar um plantel com um treinador no activo, num rival directo pelo 3º lugar, mas sabe-se da urgência de começar a explorar o mercado, procurando soluções viáveis, nomeadamente com jogadores em fim de contrato. Urge definir o que quer e como vai consegui-lo.

Palavra a Carlos Freitas e a Luis Duque. Os seus trunfos devem mostrar o quanto antes para que foram exibidos como garantias de capacidade. As notícias dos jogadores que ambos procuram “fechar” preocupam-me. Hugo Almeida não vale o valor que custará, Jô é um valor muito pouco credível e Zahavi não difere muito das soluções que o plantel já dispõe (Izmailov, Vukcevic). Procure nas listas adversárias e encontrará soluções muito melhores.

É tempo de explicar aos sócios como se encontrou a verba de 100 milhões de euros que prometeu. Aguardamos com ansiedade a explicação, tardia, de onde vêm esses valores, como a conseguimos e a que custo para o futuro do clube. O mistério que rodeia nomeadamente o nome do treinador, os jogadores e o valor do investimento no clube é um factor de dúvida nos que se lhe opuseram. É urgente e vital que o termine.

Será também importante que mostre firme liderança ao unir o universo dos sócios. Terá para isso de demover Bruno de Carvalho de impugnar as eleições, facto que a ocorrer será o destruir do início do seu mandato. Os líderes comandam e governam, para todos, e ficar de cadeira à espera do resultado da batalha administrativa será o maior sinal de divisão do clube. Um clube separado terá um líder frágil.

Procure juntar a cúpula de todas as listas e exigir compreensão estatutária pelo acto eleitoral, quiçá dando garantias pela sua acção futura como elemento agregador do clube. Leia a história das monarquias europeias e entenderá que líder não manda, mas serve os seus súbditos. Ser eleito presidente apenas significa que é o Sportinguista com mais responsabilidades, com mais dever de servir os sócios. Isso começa por servir os que foram seus adversários. Uma atitude arrogante conquistará uma oposição que durará todo o mandato, uma atitude humilde ganhará o respeito e as tréguas que precisa.

Tente esvaziar a necessidade que se grita de mudança. Se o conseguir será o presidente de todos nós. Se não o fizer ficará na mesma galeria de Dias da Cunha e Bettencourt, de presidente incapazes, que não entenderam o que é o Sporting e quem são os Sportinguistas. Acima de tudo há que:

1/ Investir em valores seguros na equipa de futebol. Jô e Hugo Almeida serão os seu  “novos” Pongolle´s.
2/ Mudar os estatutos, cessando esta oligarquia de conservadorismo e abrindo o voto por correspondência.
3/ Desligar a máquina do empresarialismo, iniciando uma nova época no clube, dando mais voz aos núcleos, aos sócios.
4/ Acabar com a atitude subserviente à banca, ao Porto e Benfica, aos Oliveiras, ao Estado.

Se isto for feito rapidamente terá dado os sinais essências para poder realmente ser o presidente de todos os sportinguistas. É que nem todos somos “enganados” com cenouras de jogadores duvidosos, de um treinador do Braga que pode também estar a caminho do Porto, de promessas de auditorias e pintura de cadeiras. Alguns como eu saberemos estar a atentos a actos muito mais importantes. Nunca como opositores, mas como sócios do Sporting.

Até berve.

4 comentários:

  1. A corrupção alastra no Sporting. Desde o presidente eleito, passando pelo responsável pelo futebol, chegando à equipa que conta os votos. 7 horas para contar 14000 votos? Nem no Zimbabwe...

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  2. A Mesa da Ag do Sporting anunciou 88.530 votos. Depois Lino de Castro anunciou que GL venceu com 33.275 votos, correspondentes a 36.55% dos votos. Mas 36,55% de 88.530 votos são 32.257 votos e não 33.275! Alguém me consegue explicar isto, sob pena de ficar um manto de suspeição sobre as eleições do Sporting?

    Obrigado,

    Rui Moreira

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  3. parabéns Verdão por 1 grande texto indeprndentemente de não estarmos de acordo no Jô, seria reforço.

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