sexta-feira, 25 de março de 2011

Começar

Dificilmente o dia de amanhã não será uma “madrugada” de esperança na longa noite que o Sporting atravessa. Todas as facções, grupos e sectores de sócios querem acordar o clube. Querem levantá-lo de uma enorme cama de desmotivação e dívidas. Não há como não reparar que o clube está doente, letárgico, num sono pesado pleno de todo o tipo de pesadelos. O pior deles será o abandono dos sócios.

Ter 35.000 sócios pagantes não é triste, é um pronuncio de doença grave, uma doença que pode até matar. O único elixir capaz de curar esta doença é a motivação, união e aproximação dos sócios. Enquanto continuarmos a virar as costas o clube continuará a definhar. Todos, uns mais outros menos, vimos em JEB um médico capaz e com o prestígio certo para aplicar uma receita energética e interromper o calvário.

Mas não foi. Acima de tudo porque não soube ser líder, não soube escolher uma equipa acima de tudo, competente. Mas JEB é o passado e junta-se a uma galeria de erros e más decisões, nunca estará sozinho na atribuição de culpas, porque é um sócio e foi mandatado por sócios. Um clube é isso mesmo. Uma organização liderada por sócios, uma parte que é incumbida de decidir pelo todo.

Ao culpar “apenas” um sócio, estamos a desvirtuar o que é o Sporting. Pois de facto se celebramos as vitórias juntos como se fossem nossas, devemos aceitar as derrotas de igual forma. Só neste espírito estaremos a tornar o Sporting mais forte. Só com este tipo de sportinguismo ergueremos o clube à altura que desejamos.

O principal problema do clube, desde o mandato de Roquette, é a distância que foi criada entre os sócios e as decisões, a vida do Sporting. Uma empresa gere, mas gere em função dos seus resultados, não em função dos seus “clientes”. Este pequeno detalhe afastou a critica, a visão diferente, 99,9% de opiniões diversas. Acabou o debate. Soares Franco viu um clube do séc.XXI em que uma empresa “serve” os sócios com um produto chamado desporto, que é consumido.

Faltou um ingrediente no “cozinhado”, os sócios. Os sócios só o serão se tiverem poder, se sentirem que existe espaço para participar, para influenciar. Só assim poderão considerar o clube como deles. Este Sporting, não é nosso. Mas temos de o conquistar. Não o podemos fazer contra nada nem ninguém, mas a favor do próprio Sporting.
Teremos de ser mais exigentes com quem dirige, com quem analisa, com quem comenta, com quem joga.

Temos de mostrar que estamos atentos e nunca mais permitir verdades inquestionáveis, dogmas empresariais. Apenas porque a visão de um ou dois sócios pode de facto falhar, mas a visão de centenas ou milhares será mais próxima de decisão perfeita.

Não nos podemos continuar a inspirar em Porto e Benfica, Barcelona e Real Madrid, como se fossem universidades de modelos e formas de organização. Cada clube escolhe o melhor para a sua realidade, o melhor para o seu tempo e espaço, o melhor para a sua força e capacidade.

Só existe um caminho para começar a estruturar o clube. A proximidade e participação dos sócios. Se a próxima direcção não entender isso, cabe a todos exercer a primeira regra de uma sociedade de interesse comum – contestação e proposta de alternativa. Nos espaços certos e não na imprensa, onde a vaidade é facilmente usada em desfavor do clube. O caminho começa amanhã. Levar-nos à onde quisermos. Onde formos capazes de levar a direcção. Sem cheques em branco, sem licenças para governar sem sócios.
Nós também mandamos. Basta que nos unamos.

Comecemos por votar massivamente!

Até breve.

1 comentário:

  1. grande texto..se ganhar a lista A ou C quero acreditar que temos condiçôes pa nos unirmos de vez!!!se for qualquer uma das outras que Deus nos ajude...

    VIVA O SPORTING!

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