quinta-feira, 31 de março de 2011

Um xadrez "vendado"

A proposta de renovação de contrato que Salvador vai entregar a Domingos é um acto que me levanta muitas questões. É óbvio que o presidente arsenalista lê a imprensa e sabendo o que se tem dito sobre o futuro de Domingos é quase paradoxal que faça esta operação na ressaca de uma eleição que coloca o seu treinador praticamente certo em Alvalade.

Se o não está garantido, o que ganha Salvador? “Lavar as mãos” perante os adeptos? Garantir que consegue em tempo útil preparar a contratação de um novo treinador? Nenhuma destas razões me parece lógica. Primeiro porque Salvador nunca me pareceu o tipo de presidente que tenha de “prestar contas” aos seus sócios. Saiu Jesualdo, saiu Jesus e nunca se viu esta preocupação. Segundo porque da forma como o Braga está hoje organizado dificilmente o presidente não terá uma opção para a substituição, especialmente quando tanto se falou no final da última época que Domingos podia ir para o Porto ou para o Sporting.

Existem muitos rumores a circular, Leonardo Jardim, Jesualdo Ferreira, Rui Vitória, Manuel Machado, Paulo Sousa são nomes que pairam num triângulo Braga-Sporting-Porto. Incluo o Porto neste panorama, porque apesar da imprensa portuguesa estar mais concentrada na “super-equipa” do Benfica, a verdade é que o Porto versão 2010/11 está a ser objecto de estudo por essa Europa fora, com múltiplos artigos que falam já de Vilas Boas como um Mourinho versão 2.0.

Existem reais hipóteses de o Porto ficar sem treinador no final desta época. Não será fácil ver Pinto da Costa deixar sair um treinador campeão logo na primeira época, mas os milhões são argumentos de peso. Esta saída, precipitada por uma época que pode valer dois títulos (a taça de Portugal parece difícil) a um treinador estreante em equipas “grandes”, abre um panorama de escolhas muito mais complexo, onde Domingos seria confrontando com uma vaga no clube de que é adepto e ex-jogador.

Seja qual for o cenário, exige-se a Godinho Lopes um pulso diferente do que exibiu Bettencourt no caso de Vilas-Boas, cedendo, ingenuamente a uma “jogada” de rupturas, a sua escolha a Pinto da Costa. Domingos quer o presidente do Sporting admita ou não, foi um trunfo eleitoral, talvez até tenha rendido muito mais do que 360 votos, daí emana uma responsabilidade diferente na confirmação que será “exigida“ no final da época.

Aqui entra em cena Salvador, que pode inadvertidamente ser o maior aliado de GL, ao precipitar no tabuleiro que as “Rainhas” se mexam para apoiar os “Bispos” a fazer cheque-mate a um Rei que todos querem. Mas neste xadrez existe um “Papa” e todos sabem que é uma peça que não joga com as mesmas regras das outras.

Até breve.

1 comentário:

  1. Violino, O Villas Boas até podia ganhar a champions que não saíria esta época do Porto..sou capaz de pôr as mãos no lume por isso..ele não quer sair já, isso é garantido.

    quanto ao Salvador das duas uma;

    ou como tu dizes quer salvar a face em relação aos adeptos ou quer mesmo renovar e teremos de esperar que o compromisso de Domingos comnosco seja real.

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