quinta-feira, 31 de março de 2011

Comprar ar e vender terra

Quem passar uma vista de olhos pela imprensa de hoje, irá (se estiver atento) certamente reparar que o Sporting passou de activo comprador, durante a campanha para as eleições, para um interessado vendedor de final de época. É caso para dizer, voltámos ao costume.

O optimismo de grandes reforços, deu lugar ao realismo de ter de vender o melhor, porque no clube não há nem haverá dinheiro para reconstruções ambiciosas. Quero pensar que a estratégia para a próxima época não passa por este tipo de postura no mercado, onde se trocam valores seguros e valorizáveis, por tiros no escuro.

No ano passado vendemos Veloso para ficar com Zapater. Vendemos Moutinho para ficar com Maniche. Vendemos Tonel para ficar com NAC. Vendemos Liedson para ficar com…ninguém. Pode-se ver algum tipo de investimento com estes negócios? Eu apenas vejo desinvestimento. Trocar o bom pelo pior e desviar as mais valias para tapar buracos financeiros.

Quando tanto se prometeu nesta campanha, tanta afirmação plena de convicção na mudança deste paradigma de “venda de anéis”, assisto agora ao regresso de um discurso velho e gasto em Alvalade. É verdade que ninguém admitiu nenhum cenário de venda, mas no passado também não e o que é certo é que as especulações da imprensa são confirmadas mais tarde ou mais cedo e os negócios são tão maus que fazem o adepto mais conformista “ir ao tapete”.

Pereira, Carriço, Djaló e Patrício são, dia após dia, colocados na “montra” de vendas dos media. Por vezes valem 20me, outras 30me, nos dias mais fracos 15me. E isto nem é o mais triste. O que é verdadeiramente desmotivante é a opinião de muitos de que este ou aquele seriam bem vendidos, como se fossem valores banais, culpados máximos dos maus resultados e das más exibições.

Só quem não sabe ver um jogador de futebol é que pode dizer que um jovem que em 2ª época a titular de um clube no estado em que está o Sporting, a jogar no centro da defesa e com a braçadeira de capitão não será no futuro um grande jogador. Só quem não sabe ver futebol é que pode afirmar que seria bem vendido nesta altura.

Aconselha-se mais calma aos adeptos a julgar talentos da sua equipa e mais calma aos gestores a vendê-los. Tal como na bolsa em que uma acção só será bem vendida depois de completar a sua curva de valorização, um jogador só deveria ser transaccionado depois de entendida a sua evolução com tendência à estagnação. Nestes 4 jogadores esse não é o caso. Ainda por mais porque nenhum tem um valor de mercado em alta.

De quem diz à boca cheia que Moutinho só deveria ter sido vendido pela cláusula de rescisão, só posso esperar a mesma firmeza quando os cheques de 6 ou 7 milhões baterem à porta por Carriço, Pereira ou Patrício. Especialmente quando se quer uma equipa para lutar pelo título.

Espero sinceramente que estejamos perante mais uma “campanha” de especulação e que seja tão real como as notícias de contracções da semana passada. Seguramente este não será o caminho de mudança.

Até breve.

1 comentário:

  1. sei que é uma opinião corrente mas eu neste momento oferecia o Djalo, não serve, 5 anos e nada de evoluir.

    quanto aos outros, para o nosso clube fazer negocios que o beneficiem:

    Patricio, no minimo 15 milhões

    Carriço, no minimo 12 milhões

    Pereira, no minimo 10 milhões (27 anos e comprado há ano e meio por 3..limitado defensivamente).

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