sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Como é difícil ganhar uma vitória


Sempre
Complicamos a coisa mais simples
E simplificamos a complicada
Sai em rajada
O tiro pela culatra
Às vezes mata
Às vezes ressurreição
Foi de raspão


Este poema, parte da música Só neste país de Sérgio Godinho ilustra bem a atitude esquizofrénica e bipolar de um país que não se satisfaz com vitórias e saboreia derrotas, que não elogia o mérito, mas foca-se nos defeitos até à exaustão, que passa da absoluta depressão para a euforia descontrolada.

Só assim é possível julgar a vitória do Sporting como sofrível, afortunada, atabalhoada ou casual. O que é que alguns adeptos leoninos e a imprensa pensa que é uma vitória? Para todos os clubes ganhar por mais um golo chega, para nós não…tem de ser por 3 ou quatro golos de diferença. O Torsiglieiri devia ter fintado 20 e rematado 30, envergonhando Maldini, Cole ou Evra. Postiga devia ter feito uma exibição capaz de mostrar a Romário, Van Basten e Dzeko o que é um ponta-de-lança e André Santos devia ter ganho 10 anos de experiência com 5 ou 6 jogos a titular.

Ganhamos e pronto. Elogio à equipa que veio de França com 3 pontos, que mal ou bem foi superior a uma outra equipa que é das melhores nas terras gaulesas. O que é que custa dar os parabéns a um ou outro jogador que só tem como culpa não ter o talento que achamos que devia ter.
Por estas e outras jogadores como Gimenez, Moutinho, Tello, Varela ou Heinze que de discutíveis em Alvalade passaram a ser estrelas noutros campos. Valorizemos o que é nosso, pelo menos até que chegue algo melhor. Se chegar.

Até breve.

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