quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Turning Point


















Não sou adepto de estratégias de “orgulhosamente sós”. Em termos de modelos de gestão ainda será menos útil uma visão arrogante que não observe boas práticas e criatividade no financiamento que outros clubes adoptaram. O direito de propriedade das ideias ou dos esquemas de organização não é uma bandeira que se ostente e a originalidade vale zero se o modelo não funciona.

Quando a concorrência é claramente mais forte e mais eficiente, então algo tem de mudar e não vale a pena dar mais tempo a um plano económico que coloca o Sporting no 4º lugar no que toca à disputa por recursos humanos, que é o mais importante no futebol. Sem jogadores não há espectáculo, não há estádios cheios nem patrocinadores, não há prémios de Liga de Campeões.

Hoje há Assembleia Geral e em cima da mesa a discussão sobre um ponto de viragem na estratégia do clube. Li muito sobre o que pode acontecer, o que vai ser proposto e a ala entendida de adeptos leoninos aponta vários caminhos “perigosos”, avisos, dúvidas e outros “cartões amarelos” à mudança.

Do muito pouco que entendo, a maior capacidade financeira será conseguida com a passagem de fortes activos para SAD e a “valorização” desta servirá para a renegociação de empréstimos, acrescendo uma espécie de emissão de “dívida pública”.
A SAD ficará mais “rica” e o clube mais pobre, os gestores da SAD mais autónomos e os sócios com menos poder para comandar os destinos da instituição.

É um cenário claro de delegação de mais poder a uma SAD que é contestada por resultados desportivos. Para muitos críticos é dar mais poder a quem tem cometido erros de gestão futebolística. Na minha opinião não podemos confundir modelo de financiamento com contratações de técnicos ou jogadores. Aliás há muito que o primeiro afecta a capacidade de intervir no segundo e ainda não vi ninguém a propor um modelo alternativo capaz de superar o que se vai desenhando em Alvalade.

Esta questão é fulcral. Os sócios reclamam perda de direitos, mas quando chega a hora de propor caminhos, alternativas e realmente intervir nas decisões do clube, o que acontece? Nada. É como uma oposição que critica, mas não apresenta alternativas. Que ainda acredita que podemos fazer com menos dinheiro o que outros vão fazendo com muito mais. No mercado o dinheiro do Sporting vale o mesmo que o do Portimonense e neste mercado de transferência vimos jogadores a preferir o dinheiro de muitos clubes com um estatuto muito inferior ao do Sporting.

Quem sabe o que uma direcção pode fazer quando tiver mais liberdade orçamental. Se querem um exemplo, acho que o Benfica parece hoje um clube bem gerido apenas porque ganhou o campeonato e tem capacidade (dinheiro) para se reforçar. Palavra aos sócios, as decisões são urgentes e os críticos devem “largar” os cadeirões de sapiência que ocupam e fazer valer a sua voz, apontando caminhos diversos e soluções alternativas. Esse será o único debate possível, o das ideias. O das concordâncias e “eu avisei” não serve absolutamente para nada.

Até breve.

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