segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A hora dos líderes


São reflexos emocionais e nada lógicos de um adepto que se vê forçado a apoiar equívocos, a defender irracionalidades, a construir muralhas de fé sobre nuvens.
A cada ano que passa a esperança renova-se, mas a desilusão é sempre a mesma. Já não há nada que me iluda neste futebol atabalhoado, sem rumo, exposto a contradições que qualquer adepto de bancada distingue.

Tantos anos enchi a barriga de riso com o desnorte de equipas benfiquistas, desde Autuori, Artur Jorge, Fernando Santos, Manuel José, Mário Wilson. Agora sofro do mesmo mal que muitos adeptos benfiquistas padeceram. Humilhação, desmotivação, um prazer mórbido em criticar os jogadores, os treinadores, o presidente…É o que acontece quando num adepto o ideal do seu clube se perde em manobras de paciência quando devia ter pressa e pressa desmedida quando devia estar tranquilo.

Não há chefia, desaparece nas horas más, como se não fosse útil sequer comunicar com os adeptos. Como se não fosse razoável dar a cara perante o fracasso. Os adeptos viram-se para si mesmos tentando justificar entre eles o que se pode fazer, como se chegou até este ponto. Não há a manifestação de força e liderança, deixando passar o tempo pelas derrotas à espera de uma erosão diluente do seu sabor amargo e corrosivo.

Era agora, senhores Bettencourt e Costinha, que se devia dar a cara, as tais conferências de imprensa, as tais entrevistas em prime-time, era agora. Não quando se atinge uma vitória moralizadora, a seguir a essas dispensamos aparições de circunstância.  E todos sabemos porque ninguém aparece, na verdade não há nada a dizer à excepção de assumir erros. De assumir que Paulo Sérgio foi uma má aposta, que faltou dar reforços em lugares chave, de assumir que se dá demasiados tiros no pé em planeamento e comunicação.

Até breve.

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