segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Multiple Choice

Quando um treinador prepara um jogo durante a semana, durante 3 dias ou apenas 2 como irá ser no caso do próximo derby na Luz, olha para uma equipa de três formas:

Numa análise por performance
Exemplos - quais os jogadores que estão bem, em baixo de forma, moral elevada, eficiência em frente ao golo

Numa analise por lugar
Exemplo - dos dois laterais direitos quem está melhor

Numa análise por ocupação de espaços
Exemplo - se a equipa jogará melhor frente ao adversário x com 1 ou 2 trincos

Da combinação e soma de análises sai tanto o desenho táctico como o onze titular, os suplentes costumam ser hipóteses de mudanças de desenho ou lesão em lugares em que não existe um jogador “multifunções”. Tudo isto para dizer que este ano o plantel do Sporting tem um acréscimo de valor quando o treinador tiver de optar pela equipa titular.

Apenas o ataque permanece igual, o que é mau. Não há duas épocas iguais, mas com os mesmos jogadores para atacar a baliza, não será nada demais imaginar que Djaló, Postiga e Saleiro vão disputar a vaga ao lado de Liedson. Djaló parece querer começar bem, mas será só até à próxima derrota, então dará lugar a Postiga e assim sucessivamente.

Apesar deste cenário, a verdade é que existe boa concorrência para cada lugar senão vejamos:

Patrício – Hildebrand
Pereira – Abel
Evaldo – Grimi
Carriço e Coelho – Polga e Torsiglieri
Mendes – A.Santos
Maniche – Zapater
Fernandez – Tales
Valdês – Vukcevic
Izmailov – Salomão
Djalo – Postiga
Liedson – Saleiro

Se na baliza, no centro da defesa e nas alas a coisa vai andar quente este ano, é pena que Evaldo e Liedson não tenham objectivamente concorrência à sua altura. Em boa verdade todas as equipas apresentam lugares onde não existem 2 jogadores com igualdade de circunstâncias e quanto maior o talento mais dificilmente existirá um concorrente.

Podemos ver a questão sempre de duas formas. Ou Evaldo deixou para trás Grimi, ou Grimi é tão mau que não “ameaça” Evaldo. Estarão as duas correctas, mas será porventura mais motivador optar por pensar na primeira. Basta olhar para a o início da última época para entendermos as diferenças e a sua dimensão:

Patrício – Tiago
Abel – P.Silva
Grimi – Marques
Polga e Tonel – Carriço e Caneira
M.Veloso - Adrien
Moutinho
Fernandez
Izmailov – Pereirinha
Vukcevic - Djalo
Caicedo – Postiga
Liedson - Saleiro

Retirei desta “luta” Rochemback e Ângulo, já que a participação destes foi claramente um erro de casting. Assim, é mais fácil “ver” que Pouco havia de concorrência e não fora as lesões de Izmailov, Vukcevic e Liedson e ainda teria havido menos oportunidades para entrar no onze. Em Janeiro corrigiram-se 2 lugares e Pongolle viria a nunca convencer, mantendo-se o vazio no ataque.

Espero que este ano esta disputa em várias zonas do terreno tenha os seus frutos e que Paulo Sérgio não tenha de alinhar com um jogador apenas porque não existe uma alternativa, é mau para o jogador e é muito mau para a equipa. Numa semana, em qualquer plantel de futebol profissional, devem existir sempre duas vitórias: ganhar a titularidade e depois ganhar o jogo. A primeira dará muitas bases para que a segunda aconteça.

Para que esta meritocracia exista e seja real, o treinador terá sempre, mas sempre de escolher o jogador que está melhor física e psicologicamente, mesmo que isso implique deixar as “vacas sagradas” de fora. Basta uma escolha errada e o jogador perderá a confiança nas portas que o treino lhe poderá abrir. Daqui até à auto-gestão é apenas um passo e o Sporting na época passada foi só isso – deixar passar a época.

Até breve

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