segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Eu insisto em dizer mal?

Nunca me passou pela cabeça ver um presidente do Sporting a responder às críticas dos associados com identificações de forças de bloqueio externas. Supostamente estas pessoas, passam a vida a dizer mal do clube, afectando a imagem do mesmo.

Estas declarações são tão problemáticas que é melhor responder a JEB por partes:

1- O senhor presidente deveria saber quando se candidatou que o clube que dirige é uma organização que depende de vitórias e é para esse fim, e não outro, que foi eleito. Quando não existe vislumbre desse rumo, obviamente a sua acção, assim como a de todos os outros mandatados para esse objectivo, será sempre posta em causa.

2- Acho que JEB confunde identificar problemas, com criar problemas. Muitos sócios têm como eu vindo a alertar sistematicamente para alguns erros, falhas e decisões com pouco sentido. Estes sócios, não são de facto dirigentes do clube e expõem as suas diferenças em espaços mais ou menos públicos. O que não faz destes, onde me incluo, pessoas de má fé, que queiram denegrir a acção desta direcção.

3- Quando escolheu Costinha e Paulo Sérgio para a sua chefia do futebol, o Sr. Bettencourt sabia que estava a “inventar” uma solução arriscada. Pedia-se depois de Paulo Bento e Carvalhal pessoas com algum currículo e experiência para lidar com um conjunto de jogadores ou novos ou completamente de rastos com uma época vergonhosa. Agravante o facto de se ter vendido 2 jogadores dos 3 ou 4 fundamentais na equipa.

4- Ao verificar que as suas escolhas técnicas, que não foram ratificadas em nenhuma assembleia, não estão a resultar tinha 1 de 2 soluções, despedir o treinador e ou o director desportivo ou dar a cara pela má prestação da equipa apontando a sua visão de como se irá inverter a tendência.

5- O inimigo do Sporting não é o que o critica, é o que lhe der os parabéns pela prestação até agora conseguida. 1 época miserável e outra a caminho. Portanto convém é ouvir as críticas e equacionar se o rumo que definiu não pode ser reformulado.

Por minha parte continuarei a expressar todas as dúvidas que tenho, além das discordâncias, sendo certo que se o sucesso agradará sempre a todos, o insucesso custa também a todos. O fracasso de JEB será sempre o meu também, agravado pelo facto de nele ter depositado a minha confiança nas eleições.

Até breve.

4 comentários:

  1. Caro Verdão,

    Antes de mais, gostaria de elogiar o teu blog e os teus textos, que a par de outro da blogosfera Sportinguista, é o que me dá mais gozo ler. Os textos são bem estruturados, fundamentados, denota-se a instrução e postura ao contrário de outros blogs que apenas servem para um cachopos poderem mandar uns bitaites do seu clube. O design do blog também foi muito bem conseguido. Os meus parabéns.

    Visito este sítio várias vezes ao dia, e de uma forma geral sempre foi de acordo com a tua opinião aqui expressa.

    Não obstante reconhecendo validade nos argumentos por ti utilizados para o despedimento do treinador Paulo Sérgio, não concordo com esse procedimento.

    Os treinadores mudam-se no final das épocas, nunca com elas em curso (tudo bem que em 1999/2000 funcionou, mas é a excepção que confirma a regra).

    Discordei da opção Paulo Sérgio desde o início. Por momentos fiz um "mea culpa" e dei-lhe crédito, agora vejo que no fundo eu tinha razão: ele não tem estofo para aguentar um clube como o Sporting. Não sei se um treinador estrangeiro seria a solução, pois podia se perder um ano até ele compreender as vicissitudes do futebol português, mas sempre me agradou a possiblidade Pekerman.

    Contudo, despedir Paulo Sérgio neste momento, não seria um mas sim dois tiros nos pés. Se por um lado exponha a incapacidade da direcção para "perceber de futebol", mergulhava a equipa que já joga em brasas, num verdadeiro tsunami.

    Esta é só a minha opinião, e longe de mim querer ser o dono da razão. De sophista tenho pouco.

    Saudações Leoninas,

    Fábio Mendes

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  2. Olá Fábio,

    Obrigado pelos elogios. Faço só um reparo: imagine que era dono de uma empresa. Imagine que tinha de contratar um director para uma área especifica. Este director que prometia ser bom, revelou-se péssimo, o que fazer?

    O bem da estabilidade, não deve ser confundido com sucesso. Um cenário mau nunca trará estabilidade, e com Paulo Sérgio no banco só temos tendência a ficar mais instáveis. Nos próximos jogos o Fábio vai poder assistir a cada vez mais desnorte e...instabilidade na equipa. É um ciclo que quando iniciado precisa de uma força e experiência enormes, qualidades que Paulo Bento e outros treinadores não têm.

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  3. Caro Verdão,

    Tal como tinha referido anteriormente, compreendo os argumentos utilizados (incompetência, desvalorização de activos, contínuo desprestígio da instituição devido a resultados desportivos, etc...).

    Mas ao trocarmos de treinador entretanto, será que o próximo treinador será melhor? E a instabilidade não seria melhor? Trocar por trocar (que foi o que foi feito) mais valia ter lá ficado o Carvalhal.

    Porque entretanto, se os resultados melhorarem, processos assimilados, regressos de jogadores acredito que os resultados melhorem. Se entretanto chegar outro treinador, os processos voltam todos à estaca zero. Outra vez ganhar rotinas, outra vez assimilar automatismos.

    E convenhamos, embora nunca tínhamos deslumbrado, o único jogo em que realmente não fomos superiores e não ganhamos por falta de poder de fogo ou baixa de forma do homem onde depositamos sempre as esperanças, foi o jogo contra o lampiões.

    Mudar de treinador? Tudo bem. Mas não agora.

    Mas ainda bem que vivemos em democracia, e pudemos debater as questões.

    Fábio Mendes

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  4. Fábio,

    Também eu gostaria de ver Paulo Sérgio a dar a volta por cima, mas além de não estar a produzir esse resultado, vejo-o a cometer mais erros e a ter declarações mais infelizes a cada dia que passa - logo, para mim é um treinador que não tem ainda capacidade para sozinho motivar uma equipa a voltar a ganhar. Aliás com mais um ou dois resultados negativos, JEB acabará mesmo por mandá-lo embora. Nos meus posts só referencio a poupança de 2 ou 3 semanas que haveria, se o fizesse já. Não tenha dúvidas Fábio que é isso que irá acontecer.

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