quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A imprensa que temos

Fechado o período de transferências quero deixar aqui uma pequena reflexão. Temos um mau jornalismo desportivo em Portugal. Caracterizo-o como especulativo, sem qualquer preocupação deontológica e subserviente a poderes de bastidores. É normal haver alguma simpatia por parte de meios de informação por um ou mais clubes, mas em Portugal essa pequena grande falha é ridiculamente não assumida e prejudicial.

Com o jornal A´Bola e o OJogo em extremos opostos (Benfica e Porto) e um Record a pender para o mercado dos benfas, a verdade é que DN, Sic, TVI, SportTV Expresso e Antena 1 estão cada vez mais influenciados por esta onda "clubistica". Escapam a meu ver o Jornal "I", Rádio Renanscença e RTP que mantém alguma isenção e não costumam embarcar no beija-mão vermelho ou azul. A simpatia pelo Sporting há muito que desapareceu, em meados dos anos 90 as redacções invertem os seus modelos de negócios ou são por motivos de aquisição de grupos de media, "obrigadas" a pender a balança para as "maiorias".

Por esta razão principalmente, temos hoje uma imprensa bastante adversa que se delicía e faz deliciar com as falhas que vão acontecendo em Alvalade. Graças aos Sportinguistas mais razoáveis que fazem uma boa prestação como opinion leaders os adeptos leoninos não se deixam contagiar por esta constante intoxicação. Deixo só um 2 exemplos: se o Sporting tivesse 4 derrotas em 4 jogos consecutivos, 3 deles oficiais, já estávamos numa crise profunda, já havia treinadores em brasa e jogadores com o rótulo de "falhados". Se o Sporting contratasse um guarda-redes por 8,5 milhões e o mesmo desse 6 ou 7 frangos em 4 jogos seguidos, teríamos não um jogador fragilizado e um treinador desconfiado, mas sim um jogador destruído e um treinador incompetente.

Nesta pré-época, a imprensa adiantou 81 nomes de futebolistas (ver separador no Blog "reforços) como "reforços" para o Sporting, destes apenas 4 foram confirmados. Isto não é jornalismo é sensacionalismo. Não sei o que pensam os chefes de redacção dos maiores jornais desportivos, mas destes 81 quantos terão sido mesmo dossiers em marcha no departamento leonino? Metade, um terço, 10%? Não tem qualificação este serviço que pode e deve ser combatido. Já muito pouco separa a verdade da mentira e já ninguém sabe o que significa ser "um bom jornalista". Interessam os números, as vendas, divertir os benfiquistas e humilhar os sportinguistas.

Uma palavra a Costinha e ao departamento de futebol profissional do Sporting. Foram 9 os reforços e apenas 4 alimentaram as novelas habituais. Evaldo, Maniche, Valdez e André Santos foram, por vários motivos, processos que tiveram bastante acompanhamento nos media, mas Hildebrand, Torsiglieri, Coelho, Zapater e Tales só foram conhecidos quando o Sporting quis que fossem. Já é uma mudança. No passado recente não havia sequer a hipótese de iniciar um negócio sem que o mesmo aparecesse nas capas dos jornais, sempre com o prejuízo da instituição verde e branca.

Fica a opinião e o desagrado. Sei que expresso o que a maioria dos nossos adeptos sentem e vêem todos os dias ao ver os telejornais ou nas bancas de jornais. Podia, devia e terá que ser melhorada a nossa relação com os media, sendo que o respeito institucional é a base de tudo, algo que não existe neste momento.

Até breve

1 comentário: