terça-feira, 28 de setembro de 2010

A madrugada de uma revolução

Nas vésperas da Revolução Francesa, sucedeu um fenómeno meteorológico que viria anos mais tarde a mudar o regime político do planeta. Depois de anos de seca a França que até aí era o país mais produtivo do mundo, atravessa uma fome épica, com as cidades à mingua por pão e outros bens alimentares essenciais.

A fome do povo alimentou um rastilho que as massas burguesas cansadas do predomínio político da nobreza fizeram acender. A 14 de Julho o povo de Paris convenientemente armado e instruído assalta a Bastilha dando início à substituição do status quo social, económico e político.

Séculos depois, outras “fomes” produzirão o mesmo efeito no Sporting. O “povo” leonino está a ser agitado e “instruído” num pronuncio de revolta que além de previsível, talvez seja necessário. Desde Roquette que sucessivas Direcções, de brasão ao peito, galantes e bem falantes se organizam para ocuparem os destinos de um clube que costuma ter estima pelas suas altas individualidades.

Mas, verdade seja dita, esta cúpula pensante não trazido mais resultados desportivos e muito menos tem sabido desenvolver o clube para que saia da sua postura de nobre endividado. Ou muito me engano ou está a chegar a hora da burguesia (de onde JEB foi resgatado para alinhar por outra classe). A hora de um qualquer business man de sucesso que com umas boas malas de conversa de “resgatar o clube”, “devolver o Sporting aos sócios” ou “transformar o clube numa equipa símbolo de vitórias”.

Não penso que seja um caminho evitável, nem mesmo tenho como certo que seja negativo para o Sporting renovar as suas fontes decisoras acabando com uma certa oligarquia que apodreceu na estética de dirigir com calma e perder com ainda mais serenidade. Pela minha parte não peço nenhum Sousa Cintra ou Jorge Gonçalves, penso que o tempo do circo já lá vai, mas pode muito bem surgir alguém que tão apaixonados como estas figuras inglórias, produza um abanão numa massa associativa que pasma por tudo e por nada.

Sei que para muitos Sportinguistas o que interessa é ganhar, na verdade essa necessidade é real e urgente, mas tenho receio das pressas e preferia que não chegássemos a um “golpe de estado”, mas uma vez “aceso” o povo não haverá lugar para transições calmas e apesar do slogan revolucionário, acho que o “povo não é nada sereno”.

JEB pode se ir preparando para, ou tomar as decisões que devia já ter tomado ou cair perante as teimosas calmas de que é tão adepto. Não é uma profecia, é a mais simples contemplação do cenário que hoje já está a ser montado.

Até breve.

2 comentários:

  1. A revolução está à espreita, incentivada por diversos "Robespierres", que tal como o mesmo, acabariam colhidos pela multidão.

    Também a considero inevitável. É tudo uma questão de tempo.

    A revolução até poderá só chegar com o fim do mandato de Bettencourt, porque acho que mais cedo ou mais tarde virão umas vitórias, que infelizmente, nos dias que correm chegam para calar os adeptos.

    Pois essa revolução, tal como referiu o Verdão, será a nível da cúpula directiva do Sporting, e até poderá ser legitimada por sufrágio, quem sabe.

    Estou farto que os notáveis com nomes de dupla consoante destruam o meu Sporting.

    Os supostos notáveis que percebem mais de dinheiro e de activos que o próprio Samuelson.

    Mas o tempo julga com a força de Sansão, e o projecto Roquette está a minar a saúde financeira do Sporting, e acima de tudo, a sua essência.

    O Sporting é um clube, não é uma empresa.

    O Sporting é de Portugal, e não da linha de Cascais.

    Fábio Mendes

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  2. Caro Verde às Listas:

    Aceita troca de links com o Sporting Visto Por Nós ( em http://sportingpornos.blogspot.com/ )?!

    Agradeço resposta em mauro.silva.85@live.com.pt ou na caixa de comentários do meu blog...

    Desde já, Obrigado!

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