sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Ilusões de Encomenda

É muito interessante ver o que certas forças do futebol, fazem para impedir que o Sporting acerte caminho. Quando se vislumbram mudanças, que obviamente só poderão ser projecções para mudar o clube para melhor, quando se começam a formar consensos sobre temas fundamentais, quando as ideias começam a ganhar corpo…eis que surge uma verdadeira campanha de “solidariedade” para Paulo Sérgio, um treinador que aos olhos de muitos “desinteressados” é uma verdadeira vitima, um autêntico mártir da má gestão do Sporting.

É claro que em todas as noticias, que começaram no “O Jogo” e certamente vão continuar por outros espaços de opinião, nunca poderão dizer que o técnico está a ter bons resultados, mas essa lacuna (que é a que verdadeiramente interessa) é habilmente contornada com elogios ao profissionalismo e carácter do homem treinador. Que PS é uma boa pessoa, com motivação e empenho assinaláveis todos podemos concordar, mas desde quando é que um treinador é pago por essas qualidades?

Não será que um profissional de futebol é pago pelo desempenho? Pelos resultados da sua prestação? Se um avançado que vale 20 milhões de euros não marcar nenhum golo durante os 3 anos de um contrato, valerá no fim deste a mesma verba? Será sequer que ao final de 10 jogos sem marcar, continuará a ser titular? A resposta é não. E a resposta de qualquer sportinguista face a esta tentativa de lavagem cerebral deverá ser a máxima concentração nos resultados.

Pergunto-me se os mesmos “jornalistas” que agora descobriram em PS um virtuoso D.Quixote tiveram a mesma opinião sobre outros técnicos que passaram pelo FC Porto, cito apenas os nomes de Quinito, Octávio Machado, Del Neri e Fernandez ou se pelo contrário viram nestes a incapacidade que os seus despedimentos prematuros comprovaram. Esta total ausência de rigor em favor de sabe-se lá o quê, além de tentar perpetuar o equívoco chamado PS como uma boa opção no Sporting tem outro traço que a mim me parece estranho: porquê agora?

Durante 7 meses, a imprensa bateu forte e feio na equipa, nas opções do treinador, na “crise”, no diabo a sete descredibilizando o mérito da acção do treinador, agora, quando o clube se prepara para o substituir, de repente é um óptimo técnico, cheio de qualidades humanas, um verdadeiro santo futebolístico. Pois bem se é assim tão bom, que o contratem logo que saia Villas Boas ou Jesus. Aliás, porquê ficar-se por Portugal, porque não no Manchester, no Inter ou Barcelona? É que o critério de avaliação das capacidades é tão desproporcionado da realidade que cabe dentro dele tudo o que quisermos.

Não nos deixemos enganar meus caros. Olhemos sempre os números, a qualidade de jogo, a coerência das opções e façamos constantemente a pergunta: a equipa do Sporting está mais forte? Mais regular? Mais eficiente? Enquanto a resposta for não, o trabalho do treinador será sempre avaliado como: insuficiente. Mais nada.

Até breve.

1 comentário:

  1. Verdão,

    Até estaria de acordo com todos os que elogiam PS se ele tivesse colocado a equipa a jogar... bem. A verdade é que não jogam bem. Poder-se-á dizer que ele não tem bons jogadores à sua disposição. E de quem é a culpa? DEle que não exigiu à cabeça um lote de jogadores escolhidos por si e nem precisavam de ser caros.
    Se até considero Paulo Bento melhor treinador e ele não consegui fazer melhor. Ou por outra, fez enquanto tinha plantel. à medida que este foi vendido... lá se foram as conquistas.
    Resumindo... não se faz omeletes sem ovos e muito menos quando não se sabe, né?

    SL

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