terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sorte?

A diferença entre ganhar, empatar ou perder é para o Sporting de Paulo Sérgio uma questão de marcar primeiro. Frente ao Marítimo ninguém pode dizer que a equipa não esteve bem, mas também não pode deixar de reflectir na fantástica exibição de Patrício e se num candidato ao título é suposto o guarda-redes ter tanto trabalho.

Dirão uns que a equipa esteve concentrada e fez o que lhe competia, dirão outros que tivemos mais sorte que arte para sair dos Barreiros com um resultado de 3-0. O que eu penso que todos dirão é que o Sporting nas primeiras três reais oportunidades, concretizou todas e o Marítimo durante todo o jogo falhou tantas ocasiões como os leões.

De qualquer forma foi uma vitória merecida, sobretudo pela acção de vários jogadores que individualmente estiveram muito bem. Patrício, Carriço, Polga, André Santos, Zapater e Liedson, cada um por si e muito pouco em conjunto levaram a que o Sporting voltasse da Madeira mais feliz do que quando aterrou. A defesa não esteve especialmente bem coordenada, deixando os madeirenses muito soltos para levar a bola à área, o meio campo não especialmente pressionante ou criativo e o ataque não desenhou assim tantos envolvimentos à defesa insular.

Mas se equipa como conjunto não foi particularmente brilhante, o que é o traço mais preocupante da gestão de Paulo Sérgio, Zapater, Liedson e Patrício foram os ases de trunfo que marcaram o jogo. Patrício defendeu tudo e bem, Zapater foi sublime na concretização e Liedson incansável em todo o tempo de jogo.

Há muitas épocas que um jogador leonino não dava um safanão tão grande nas suas perspectivas de permanecer no banco durante toda uma época. Só por isso não podemos deixar de pensar (disse-o aqui tantas e tantas vezes) se Zapater não estará há meses para fazer o que fez agora. Os próximos jogos ditarão o maior paradoxo que se pode colocar a um treinador: jogando bem Zapater ridiculariza a capacidade de avaliação de Paulo Sérgio.

É que o espanhol nestes últimos dois jogos foi uma espécie de Gerard do Liverpool e é impossível não reparar num jogador destes, ainda por cima num plantel como o do Sporting. Maniche e Pedro Mendes são bons jogadores, mas também não têm feito jogos com tanto destaque. Querendo adaptar o modelo de jogo à forma dos jogadores (o que é uma gestão hesitante e pouco corajosa de Paulo Sérgio) voltamos pois à táctica dos 3 médios centro, o que nos jogos em teremos de atacar mais não é de todo eficaz.

Se PS ainda quiser provar qualquer coisa passará a deixar cair ou André Santos ou Pedro Mendes, o que não sendo muito justo (sabemos do talento emergente de Santos e da preponderância de Mendes na estabilidade defensiva) é uma prova de que existe no actual plantel do Sporting uma posição dupla que tem muito talento para ser ocupada. Tivéssemos a mesma riqueza de opções nas outras posições e estaríamos a falar de um Sporting muito diferente.

Para já recomendo a Zapater que faça um workshop com Saleiro, Djaló e Postiga, e diga a estes o que é que anda a tomar, para fazer 4 golos em 100 minutos. Numa época em que pouco é surpreendentemente bom, Valdes e Zapater são para já uma verdadeira pedrada no charco. Para já.

Até breve.

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