terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Vitória virtual num chip velho

O ano de 2011 começou precisamente da mesma forma como acabou o ano anterior. Vendo o jogo com a Naval, não vi resets no chip, novidades na RAM, ou sequer inputs novos no disco. Vi mais do mesmo. Um jogo pouco fluído, assente na capacidade física de transportar a bola entre sectores, na capacidade individual de desmarcar e ser desmarcado, no talento de cada um para superar cada opositor. Jogo colectivo e envolvente foi pouco e o que existiu foi fruto de um recuo da Naval, que se remeteu fechada sem sequer pressionar muito o portador da bola.

Não foi fácil de desmontar a Naval, só porque a bola não entrou mais cedo. Assim que isso aconteceu foi visível que o clube da Figueira é um adversário descrente e amedrontado, um oponente demasiado simples de manietar e dominar. Mesmo assim, fica um registo atabalhoado da equipa de Paulo Sérgio que continua a exibir uma boa capacidade de empenhar na luta, mas com pouca inspiração, pouco génio colectivo. Aos que interessa o resultado, o Sporting sai feliz da primeira semana do ano. Para os que olham para uma equipa e a sua exibição como algo mais do que um conjunto de 11 jogadores, a sensação é mais tristonha e promete agravar-se com futuros embates com equipas mais talentosas e eficazes.

Não gostaria, mas tenho de concluir que Paulo Sérgio permanece como um entrave á evolução da equipa, que semana após semana, mês após mês, devolve aos adeptos as mesmas dúvidas e desconfianças. Até ao final da época não haverá mais “licenças sabáticas” para introduzir dados novos na estratégia de jogo e a tão falada táctica que permanecerá até ao fim, é apenas uma variação do mesmo que já vimos e que na primeira derrota será completamente posta em causa.

Saliente-se que foi Vukcevic, alvo de tantas acusações e criticas mais ou menos públicas que abriu o caminho para a vitória. Liedson fechou-a com um puro momento de inspiração individual. Não chegou para apagar uma imagem apagada e confusa de um Sporting cada vez mais parecido com o público nas suas bancadas, espectante e mortiço.
Ganhámos, mas onde estavam os sorrisos, onde estava a festa? Não há, tal como não há esperança nem promessa de alegria ou sucesso.

Quando é que isto acaba?

Até breve.

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