sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Futuro e Escolhas

Há momentos em que as organizações têm a capacidade de se reinventar, estabelecendo a visão e objectivos noutros horizontes, mudando a sua operação consoante aquilo que define com a sua nova identidade.

Nos últimos 4 anos o Sporting tem sido um clube recatado na compreensão que está limitado numa espécie de presilha económica, que atou ele próprio convencido que outra solução seria arriscar na aventura e na insegurança.

No final destes anos, o clube olha para dentro e vê que a segurança que procurou afundou os adeptos na mais real das depressões, e as derrotas que sempre considerou com acidentes de percurso fizeram rombos drásticos na sua confiança e hoje são os maiores obstáculos para a sobrevivência da instituição.

De facto, o Sporting perdeu-se num limbo de orgulho, que sempre foi desmentido, que foi sempre desvalorizado, na espera de que a racionalidade desportiva trouxesse bom porto a cada época em que Porto e Benfica reforçavam os seus investimentos. Faltou um pequeno detalhe, mais dinheiro e risco também traz mais hipóteses de sucesso. Como é normal é diferente apostar em Jorge Jesus ou apostar em Paulo Sérgio, é diferente contratar Saviola e contratar Cristiano.

4 anos depois o clube vai a eleições porque um presidente não conseguiu com 10 fazer o que outros fizeram com 100. Não conseguiu escolher bem, nem sempre por razões financeiras, mas porque acreditou que munido de uma varinha mágica repleta de poupança faria de sapos autênticos príncipes encantados. 4 anos depois os “sapos” continuam a ser cada vez mais sapos.

O clube terá portanto uma oportunidade para repensar a sua politica de investimento, quiçá sendo bem mais arrojado, correndo riscos que serão hoje bem mais inevitáveis. Por esta razão penso ser natural que Paulo Sérgio e Costinha (Couceiro está com pé fora e outro dentro) não possam fazer parte desta nova etapa. Não porque tenham feito parte da antiga, mas porque o Sporting precisa de mais e melhor.

Aos candidatos exigem-se programas, ideias de fundo, planos, numa visão macro mas também se exige uma visão micro onde se acredita que os erros de Bettencourt tenham sido bem mais prejudiciais ao clube. Nesta última conjectura cabem que treinador serve à equipa e que director serve à ligação entre equipa e direcção. Ninguém parece preocupado em revelar as suas apostas o que das duas uma:

- Ou concorda com as opções de Bettencourt
- Ou não quer, antes de ser eleito, comprometer-se com rupturas criando reacções internas adversas.

Se não acredito na primeira, compreendo a segunda. Levanta-se porém outra questão: porque raio um candidato, que nada tem de prestar contas por decisões anteriores, não poderá propor aos sócios outras escolhas para estes lugares? Não serão Paulo Sérgio e Costinha que terão de escolher o futuro do Sporting, então porque raio teremos de mostrar solidariedade a estes cargos?

Até breve.

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