sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sucessão de erros

Paulo Sérgio, Carlos Carvalhal, Paulo Bento, José Peseiro, Fernando Santos.

5 treinadores portugueses, os treinadores mais recentes do Sporting. O mesmo sucesso: nenhum. Pior só mesmo a sucessiva queda de qualidade quanto ao currículo – Peseiro tinha bem menos que Santos, Paulo Bento bem menos que Peseiro, Carvalhal menos que Paulo Bento e Paulo Sérgio menos que Carvalhal. É evidente que as apostas em “treinadores para crescer” tem falhado rotundamente.

Se mais argumentos tivessem de existir para “exigir” um treinador com calibre para outras ambições, poderíamos observar que seguindo a estratégia que tomámos há 10 anos a atrás, o próximo treinador seria realmente um Dauto Faquirá ou então um adjunto do género de Faria. Nada poderia ser mais claro que não é possível ter dois problemas ao mesmo tempo, ou seja, uma equipa menos competitiva e um treinador sem currículo.

Indo muito para além do que poderemos imaginar ser a carreira de Villas Boas no Sporting em comparação à que está a fazer no Porto, chegamos a uma verdade indesmentível: o Sporting não é neste momento um desafio acessível a um treinador que não tenha extrema confiança nas suas capacidades. Estes treinadores acima citados, tem uma coisa em comum, todos entraram pensando que seriam eles a retomar a via de sucesso do clube e passado pouco tempo todos comentavam as dificuldades de rivalizar com Porto e Benfica. Porquê?

A razão mais óbvia seria a realidade dos orçamentos, a mais interessante será o factor confiança (que nenhum mostrou) inabalável na capacidade de superar a falta de poder de investimento. Muito poucos referiram a vantagem de ter a Academia, e ainda menos conseguiram aproveitá-la como viveiro máximo de talento. Mais uma vez, o factor confiança. Porque para lançar um jovem numa equipa que luta por títulos envolve coragem, coragem para tirar jogadores mais experientes da equipa, coragem para suportar os erros de inexperiência dos mesmos.

No tempo destes técnicos o Sporting teve grandes jogadores (alguns que hoje formam a base da selecção) que despontaram na Academia, mas nunca existiu nenhum técnico que tenha dito “posso não ter o dinheiro dos nossos rivais, mas tenho algo que eles não têm…uma das melhores escolas de formação do Mundo!”. Nunca valorizámos devidamente este trunfo, em primeiro lugar porque nenhum treinador insistiu nele. Duvido que Mourinho no banco de um Sporting sem capital, não jogasse mão de vários jogadores da Academia todos os anos…duvido mesmo muito.

Além do mais a glória de ter sucesso com jovens portugueses na equipa é mais plena. Algo que, repetindo o exemplo, nunca escaparia a Mourinho. Mas o Sporting, não precisa (porque não pode) de um Mourinho, precisa de um Wenger. Um treinador com experiência, perspicácia e um sexto sentido para descobrir talentos. Penso que este é o caminho mais seguro.

Até breve.

1 comentário:

  1. exactamente.
    além de que a vinda de um treinador mais experiente não é tão facilmente criticável se os resultados não aparecem de imediato. os próprios jogadores podem usufruir de outra confiança.

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