segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Obrigado pela paciência!

Depois do azar, depois das bolas na trave, depois das más arbitragens, depois de estarmos a 23 pontos do Porto e a 12 pontos do Benfica o que fará uma equipa não baixar os braços? O orgulho? A honra? Serão estas palavras parte do léxico do futebol moderno? Ao olhar para a equipa do Sporting vê-se muita coisa, mas pouca concentração. De quem é a responsabilidade de não deixar os níveis motivacionais cair por terra? A resposta é simples. É de todos. Este universo também engloba os adeptos.

Como adepto porém, não me sinto minimamente culpado pelo momento do clube. Estive sempre a apoiar a equipa no estádio, até entender que a surdez de Bettencourt e “sus muchachos” se estendia ao entendimento do que é o Sporting e o que é o futebol.
Vezes sem conta os adeptos clamaram por mudanças, por mostras de insatisfação directiva, não surgindo criou-se um fosso entre o que é o Sporting dos sócios e o que é o Sporting de JEB. Um é ambicioso e exigente, o outro é precavido e desculpabiliza-se com tudo o que vem à mão.

Agora, com uma equipa destroçada, é fácil de entender os erros de casting, os erros de Costinha e Paulo Sérgio. Mas já se torna mais difícil assumir que em Setembro, repito em Setembro, se podia ter invertido a situação, pelo menos tentado. Várias vezes aqui neste blog fui acusado de não promover a estabilidade, de estar “sempre a dizer mal” e a não dar uma oportunidade ao treinador. Pois bem, a verdade é que “estavelmente“ fomos caminhando para a desgraça e o Sporting afundou-se no ridículo.

Outro argumento que vi sempre nas opiniões dos defensores de PS era de que a culpa não era só do treinador. É verdade, mas isso isenta alguém de tomar medidas? A falta de dinheiro justifica os resultados frente a adversários como o Olhanense, Paços de Ferreira, Estoril e Naval? A equipa quer frente a adversários de maior ou menor valia, fez sempre más exibições, isso é culpa de Bettencourt e Costinha? Não. É culpa de treinador. Com os jogadores actuais era possível ter feito outras exibições e ter outros resultados e em Setembro tudo isto já era evidente.

Ah…mas o Ferguson precisou de 8 anos para começar a ganhar competições no Manchester. Este argumento de dar tempo a um treinador é o mais estúpido que já vi entre conversas de sportinguistas. Se o treinador escocês aguentou tanto tempo foi por alguma razão e decerto que apresentar bom futebol e ter atitude competitiva foram essenciais na sua avaliação. Se o Sir Ferguson é ambicioso e exigente hoje, depois de tantas conquistas, imaginem o que seria antes das mesmas.

Por mais desculpas que tenhamos ou quisermos ter, PS foi, é e enquanto estiver no banco do Sporting será sempre um erro. Todos perderam. Perdeu ele, perdeu o Sporting, perderam os jogadores. Perdemos nós adeptos, com mais um ano jogado ao lixo. Tudo por teimosia. Tudo por se excluir a satisfação dos adeptos das contas. Na verdade não entram em nenhum relatório de actividade, mas não será este o elemento mais importante na saúde e estabilidade do clube?

Agora é tarde. Agora é momento de agradecer à “velha guarda” do Sporting, aqueles que não achavam que mudar de treinador mudaria alguma coisa. A estes adeptos, que respeito a antiguidade mas muitas vezes compreendo alguma dificuldade em entender como é o futebol hoje, agradeço o facto de terem tido paciência. Prometo que agora serei paciente, agora que é tarde para fazer o que quer que seja sem ser…ter paciência.

Até breve.

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