sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Uma bolha no pântano

O futebol é um desporto fabuloso, onde tudo o que permanece igual durante meses pode mudar em minutos. Quem estava a ver o jogo de ontem frente ao Penafiel não pode ter deixado de ficar surpreendido com os dois golos de Zapater. E que golos. Foi um flash de heroísmo que só não assume maiores proporções porque foi frente a um adversário frágil, num momento do jogo em que já praticamente nada havia para discutir, Mesmo assim foi um final de jogo de “fúria” para o Espanhol.

Zapater já admitiu que não entrou com o pé direito e à semelhança de Valdes, deu o seu grito de revolta. É fácil de compreender que para este jogador, fazer uma boa partida frente ao Braga e depois ir para o banco para dar o lugar a Maniche e Pedro Mendes pode ter sido a ultima gota a transbordar um copo cheio de raiva e poucos minutos de jogo. Mas desta vez “ouviu-se” bem o recado de Zapater a Paulo Sérgio. Espero que tal como aconteceu com o chileno, Paulo Sérgio “acorde” e dê mais oportunidades a este médio que tal como Salomão e Vukcevic provou ter garra para mais do que 3 minutos de jogo.

Convém também que alguém diga a Paulo Sérgio (que até foi jogador de futebol) que para um jogador entrar aos 88 minutos de jogo, é o mesmo que chegar a um jantar de amigos na altura da sobremesa. Não entendo esta mania de PS de esperar até aos últimos dez minutos de jogo para fazer substituições. A equipa não beneficia da frescura de quem entra, e o impacto da substituição é mínimo. Demasiado tempo a treinar equipas pequenas, onde as substituições são guardadas religiosamente para fazer perder tempo no final do jogo?

Falando do jogo, foi uma vitória e para mim apenas isso. O adversário prometeu, mas durou só até aos golos do Sporting. Como sempre dependemos dos golos, e se neste momento Liedson se lesionar não temos avançados, o que revela um quadro mal preparado de avançados (Djaló não é um ponta de lança de área e Saleiro não está à altura de um candidato ao título – sobram Postiga que está lesionado e Liedson em fim de carreira, cada um tira as suas conclusões). Frente a um Penafiel atrevido mas frágil, o Sporting pode jogar, mas foram evidentes as facilidades, não colocando à prova nada do que têm sido as dificuldades da equipa.

Outro assunto que me continua a provocar uma raiva descomunal, são as declarações de Paulo Sérgio nos flash interviews. Todas as equipas que jogam contra o Sporting são óptimas equipas, muito difíceis, até um dos últimos classificados de uma divisão inferior. Mas que raio…parece que até o Penafiel é suposto vir a Alvalade discutir o resultado? Não senhor PS, não é. É suposto o Sporting golear. É suposto mostrar em campo o quão superior é a clubes de expressão inferior sejam eles Paços de Ferreira, Guimarães ou Penafiel.

Eu sei que é uma questão de discurso, mas é esta inabilidade para fazer análises na imprensa que me levanta grandes dúvidas quanto ao valor deste treinador. A equipa já não tem grandes resultados, joga mal e ainda por cima, o seu treinador desaproveita constantemente os seus tempos de antena com banalidades e frases feitas. Está 20 anos atrasado no discurso, a milhares de anos de luz dos “mind games” de Mourinho. Pergunto-me se PS saberá sequer que o que diz na imprensa tem reflexo na equipa, nos adeptos e nos rivais? Saberá que é uma ferramenta essencial de motivação e gestão de balneário? Defender sempre a equipa, tal como o inverso deixa de ter resultado ao fim de algum tempo. Chama-se a isso “repetição de mensagem” e os receptores vão ficando “imunes” ao conteúdo do discurso..

Enfim…é o que temos. E não melhora.

Até breve.

2 comentários:

  1. Verdão, da conferência de ontem do Pal Sérgio gostei em particular do:

    "Esteve segura e serena, mas pouco confiante"

    SL

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  2. Não retive essa frase...mas é excelente!!
    É tão mau que chega a ser bom. Que saudades do senhor Boloni ou Robson apesar de não saberem nada de português, não faziam destas figuras.

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