sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A grimização do Sporting

Podia ter sido pior, aos 88 minutos Pereira cruza para a área, no que podia ter sido só mais um cruzamento e inesperadamente Fernandez estava no sítio certo para de cabeça (outra raridade) fazer o empate. Fez-se um pouco de justiça, o Sporting foi tão inoperante como o Rangers.

Mesmo assim, ninguém pode estar contente com a exibição. Durante a primeira parte a equipa ainda trocou bem a bola e geriu o ataque adversário, numa clara atitude de “empata”, mas na segunda entrou já a “perder” deixando de pressionar tanto e abrindo buracos nas alas inexplicáveis. Lafferty, que é um pinheiro daqueles à antiga, teve umas boas 5 oportunidades para marcar, o que é demonstrativo do estado defensivo da equipa.

Paulo Sérgio insiste nos 3 médios defensivos, o que já é mesmo teimosia, e a equipa não desenvolve, jogando a 40 metros da baliza. Postiga fez um bom jogo considerando o isolamento a que esteve confinado. Também não se compreende a insistência em Maniche, o médio esteve mal e revela uma forma física impedidora para um titular. Cristiano ainda procura adaptar-se, não oferecendo nenhuma solução ao ataque, qualidade que partilha inteiramente com Djaló.

Gostei de Zapater, esforçado (compensou muitas vezes a inoperância de Maniche) e Evaldo subiu uns pontos nas exibições apagadas que tem tido. Noutro plano, Polga e Carriço podiam ter estado mais coordenados com Pereira e Evaldo, foi sempre nos espaços entre os centrais e os laterais que os ataques do Rangers ganharam espaço, por exemplo Weiss e Lafferty tiveram avenidas para pegar na bola.

Ver o Sporting enerva-me. O estilo de jogo britânico de pontapé para a frente é simplesmente inacreditável se pensarmos que é nas qualidades técnicas de condução e passe curto que as equipas portuguesas sempre se excederam. Esta equipa de PS desaproveita um dos seus maiores trunfos. Por nervosismo, insegurança ou pressa para passar sectores, os defesas leoninos insistem em colocar dezenas de bolas longas na frente, 90% delas mal sucedidas, dando a posse de bola ao adversário segundos após a ter conquistado. No ano passado era Grimi quem usava e abusava desta (não) solução, este ano é a equipa toda.

Olhando para o Rangers, é uma equipa fraquíssima, onde apenas o guarda-redes McGregor, Weiss e Papac saíram de uma fraqueza brutal de talento. Pior que a inofensiva atitude do Sporting só mesmo a incapacidade táctica dos escoceses. Ambas as equipas estão longe de conseguir fazer alguma coisa de jeito nesta prova.

Só uma ultima palavra para PS. A equipa jogou mal, teve sorte (Lafferty podia ter feito 1 ou 2 golos) e até o Rangers abrir o marcador, deixou correr o tempo sem se esforçar muito em marcar o tal golo que o treinador prometeu. Para quem pense que o resultado foi melhor que a exibição recomendo que veja o jogo outra vez, o Rangers esteve mal, mas mesmo assim jogou mais do que nós. O Sporting continua a ter aproveitamento zero nas bolas paradas, um estilo de jogo muito feio, não ataca, abre muitos espaços nas defesas e tudo isto com meia equipa (Saleiro, Maniche, Cristiano, Djaló) muito longe do que é aceitável para um clube do estatuto do Sporting.

Nunca mais é 26 de Março…

Até breve.

1 comentário:

  1. Gosto de lêr e apreciar os vossos comentários técnicos, acerca dos jogos realizados pelo Sporting.Por isso consulto esta página.
    Continuem com essa clareza de espírito, e obterão cada vêz mais sucesso.Da minha parte o meu muito obrigado!!

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