terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A toalha, a queda e a coragem

Para quem ainda não entendeu o que se passa no Sporting, deixo aqui algumas dicas. Se a equipa de futebol já não tinha uma capacidade por aí além, muito por culpa da gestão desportiva de fracos recursos financeiros e da má preparação táctica de Paulo Sérgio, com a venda de Liedson e a marginalização de alguns atletas, o plantel ficou ainda mais fraco, ainda com menos liderança e capacidade de concentração.

Numa altura em que os responsáveis nitidamente mandaram a toalha ao chão, os atletas não deixarão de sentir a mesma tentação e nos próximos desafios, apesar do estimulo de serem mais difíceis, a insegurança poderá por tudo a jeito para umas humilhações ainda piores do que a que assistimos na última partida. Esse risco está a levar por exemplo Costinha e Paulo Sérgio a reposicionarem os seus discursos, apontando baterias ao que o clube não lhes deu, não lhes permitiu chegar, não cumpriu.

Esta mudança em tudo começa a deixar adivinhar uma desconfiança muito forte face à resposta da equipa. Se no Funchal a coisa correu bem, na Amoreira e em Alvalade a prestação foi tenebrosa, salvou-se o facto de na Taça da Liga já estarmos apurados e em Alvalade ter havido um Liedson que em jeito de despedida se esforçou para contrariar a histeria colectiva que afecta já a equipa.

Se olharmos para as exibições recentes dos jogadores ditos regulares, é impossível não deixar de notar uma quebra brutal de rendimento, a que se deve na minha humilde opinião, a uma motivação que vai sendo cada vez menor, que se desfaz a cada contrariedade dentro de campo. Paulo Sérgio bem que se esforça para disfarçar esta apatia e depressão geral, mas é impossível a Naval dominar o Sporting se este não estiver a jogar numa rotação bem inferior ao que é capaz.

Estamos pois num momento de queda vertiginosa, que vai continuar a afundar a equipa, a desmoralizar o clube, pelo menos até à introdução de novas variáveis. Até pelo menos à tomada de possa de novos dirigentes ou à entrada de um novo treinador. Se a primeira acontecerá em meados de Abril, a segunda pode demorar ainda mais a surgir. O mesmo é dizer que só quase no final da época teremos a hipótese de inverter esta tendência.

Duvido muito que Costinha e ou Paulo Sérgio resistam ao rolo compressor da contestação, que vai ganhar novos contornos cada vez que existir um mau resultado. Depois da meia-final da Taça da Liga na Luz e da eliminatória com o Rangers, o quadro será mais nítido e será após estes confrontos que muito se irá decidir. É óbvio para todos que a margem é inexistente, além do mais afigura-se difícil que uma equipa que não consegue ganhar à Naval e ao Estoril, consiga derrotar o Benfica na Luz, não é impossível, mas convenhamos vai ser preciso um alinhamento planetário.

Será todavia um longa e lenta agonia, que qualquer Sportinguista deverá começar a preparar, por exemplo não dando muita relevância aos resultados, entendendo sempre que o que está hoje a dirigir é para “queimar”. Nasceu torto e já ultrapassou há muito a possibilidade de se emendar.

P.S. – Quero ver a coragem tomar conta de Bettencourt para despedir Costinha quando nunca lhe aconteceu o mesmo com Paulo Sérgio. Já só falta mesmo isso.

Até breve.

1 comentário:

  1. E se for verdade que há ordenados em atraso, a justificação é ainda maior.

    QUE PESADELO!!!!!!

    Será que JEB também tem o ordenado em atraso?

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