sábado, 27 de agosto de 2011

Insua e a lógica da motivação

É um dado assente que se perdeu muito do "gás" com que a época estava a começar. O número de espectadores frente aos dinamarqueses é uma redução muito acentuada que muito provavelmente ficou decidida por dois empates sem golos consecutivos. Os adeptos que iriam a Alvalade em busca de uma equipa candidata ao título não voltarão tão cedo. Eles já entenderam o que os outros (os que entendendo mais de futebol sabem ser uma equipa de progressão sem tempo ainda para ser um bloco sólido) sabiam no principio da época.

Não quero dizer que os mais "moderados" sabiam que a equipa iria empatar nos 2 primeiros jogos da Liga, bem pelo contrário, são estes os jogos que sempre imaginaríamos vencer. Olhanense e Beira Mar pelo que mostraram frente ao Sporting serão sem dúvida equipas com muita dificuldade na manutenção. Zero de futebol atacante, zero de criatividade, zero de atrevimento e ambição. A manha de jogar pelo pontinho nunca produziu nenhum treinador de destaque, até Paulo Sérgio, o agora treinador do Hearts, vinha aos estádios dos grandes jogar para ganhar.

Duas oportunidades falhadas de acumular vitórias, o plano "lastro de confiança" arruinado à partida e noção clara que existem muitos erros para descobrir. A defesa do Sporting, em jogos oficiais não foi minimamente testada. Mas será e revelará que muitas das deficiências que a pré-época exibiu ainda não foram ultrapassadas. Quatro grandes problemas se apontam à equipa de Domingos: 1- A falta de um defesa que comande o processo defensivo; 2- A falta de um lateral esquerdo que dinamize mais o lado esquerdo; 3- A falta de um condutor de jogo no meio campo, Schaars está longe de conseguir transportar a bola até aos avançados; 4- A falta de um ponta de lança de "pé quente".

Todos as questões estão ligadas à falta daquele jogador, pelo da forma como tenho visto ser apontadas. Na minha opinião esta visão está errada. Apesar de Turan, Rodrigues e Onyewu, Aguiar e Schaars ou Rubio, Wolfswinkel e Bojinov ainda não estarem a ser soluções de momento não quer dizer que esse quadro se mantenha. Muito mais quando a equipa colectivamente ainda está muito longe do que pode fazer. Em alguns jogos, ainda a espaços, já se vê um fio de jogo. Ainda é uma noção remota e muito pouco eficaz, mas está lá.

Uma pressão subida e constante á procura da bola, o controle da posse sempre em evolução e passe curto, trocas de posições entre alas e médios centro, triangulações constantes entre o lateral o ala e o médio que descai numa fase de apoio, o recuo do avançado para triangular abrindo espaço para a desmarcação do ala, enfim, há trabalho, há uma ideia de como jogar. Ainda nada sai natural dando a ideia de incapacidade individual, mas o facto é que a exibição de Capel diz muito do que se pode esperar no futuro.

E eis que nesta antecâmara de evolução surge Insua. Talvez a assunção do corpo técnico da incapacidade de Evaldo e Turan? Uma oportunidade de apostar em mais um jovem com valor? A pressão dos adeptos impacientes especialmente com o luso-brasileiro? Ninguém saberá a resposta exacta, mas cria-se uma nova expectativa, um novo lastro que convém desta vez saber gerir, pois o mercado fecha e o dinheiro acaba. Depois de 31 de Agosto todas as realidades serão definitivas e os sonhos terão de dar lugar à realidade.

Até breve.

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