terça-feira, 2 de agosto de 2011

Porquê Jeffren

Parece dado assente que a Alvalade chegará o extremo direito Jeffren. Entender a importância de mais uma opção na ala direita é fundamental para entender o esquema táctico e variantes que Domingos quer implantar. De facto, na última época mas não só, a herança de Paulo Bento encontrou plantéis com médios adaptados a alas, o que afunilou sempre o jogo da equipa. Vukcevic, Izmailov, Cristiano, Valdés, Fernandez, todos foram testados nestas funções, todos foram deficientes em assegurar corredores de jogo e a função principal de estender as defesas contrárias.

Jogar contra o Sporting tinha sempre uma garantia, se os laterais se encostassem aos centrais jogando em pares (consoante a posição da bola) era quase seguro que dois jogadores leoninos estariam anulados. Era mais fácil. Com Capel e Jeffren o Sporting ganha dois extremos puros, dois jogadores construídos nas alas, com a capacidade para puxar laterais e centrais (na cobertura ao possível drible)e assim dar mais espaço ao distribuidor de jogo para "encontrar" o ponta de lança nas imediações da área.

A importância de Jeffren é ainda mais notória quando se percebe que a recuperação de Izmailov e até Bojinov vai ser mais lenta do que o necessário. Ao olhar para o plantel e à excepção de Pereirinha não há solução para o corredor direito. A poucas semanas dos jogos a sério, a equipa rotina-se com opções de recurso e jogadores a meio-gás. É meio caminho para criar um sério problema de desequilíbrio de jogo, ainda reforçado pela fraca preparação física de Capel.

O jovem hispano-venezuelano tem pré-época com carimbo do Barça, o mesmo é dizer que estará pelo menos fisicamente apto para iniciar a integração táctica na equipa. Frente ao Valência, houve excesso de insistência em bolas longas, e muito pouco jogo pelos corredores. Os laterais Valencianos estiveram sempre "despreocupados" na marcação e com tempo em demasia para "lançar" os avançados e médios em 2 ou 3 toques de bola.

Olhando para o jogador, rapidez e técnica são os cartões de visita, mas é preciso entender que vindo do tiki-taka catalão Jeffren é também um jogador de passes curtos, algo que pode encaixar especialmente no estilo de jogo de Postiga ou Rubio, Capel e Fernandez. É uma autêntica frente latina com a vantagem de chilenos, espanhóis e portugueses partilharem do mesmo ADN futebolístico que recorre do drible, passe curto e controlo de bola como principais argumentos no desenho de ataque.

Nunca será um estilo à Barça, faltará sempre a visão de jogo de Xavi e Iniesta e o domínio de bola rendilhado de Messi, mas pode ser um bom mix de argumentos, uma boa combinação de jogadores. Palavra a Domingos e à sua capacidade para pegar neste (cada vez melhor) grupo de jogadores e torná-lo numa equipa com identidade e estilo próprios. À Sporting.

Até breve.

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