segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Recursos Humanos

Eduardo, João Pereira, Coentrão, Pepe, Carvalho, Meireles, Moutinho, Martins, Nani, Ronaldo e Hugo Almeida. No banco Liedson, Postiga, Alves, Rolando, Sílvio, Patrício, Danny, Varela e Tiago.

Algo ressalta à vista de todos, João Pereira, Liedson, Postiga e Patrício fazem parte dos quadros do Sporting, Pepe, Moutinho, Martins, Nani, Ronaldo, Danny e Varela já o fizeram e Coentrão e Sílvio estiveram a um pequeno passo de o ser. Deste lote que foi inscrito na ficha de jogo do Portugal-Dinamarca apenas Eduardo, Carvalho, Meireles, Hugo Almeida, Tiago e Rolando não estão e nunca estiveram de alguma forma ligados ao Sporting. Em 18, apenas 6 nunca vestiram ou estiveram perto de vestir a camisola verde às listas.

É certo que faltará contabilizar Bosingwa, mas também faltaram os lesionados Pedro Mendes, M.Veloso e Quaresma. Mas o que interessa é reflectir sobre o aproveitamento e aquisição de recursos humanos no futebol do Sporting. A necessidade de vender é comum a todos os clubes portugueses, mas convém lembrar que Martins, Pepe, Sílvio, Coentrão, M.Veloso, Varela e Moutinho foram cartas que saíram (ou não entraram) do nosso “baralho” sem muita coerência desportiva.

O jogador português está cada vez mais subvalorizado, dentro e fora de portas, nem sempre foi assim, houve toda uma década entre 1996 e 2006 em que o jogador nacional estava no top de preferências de todos os técnicos de grandes clubes europeus. Porquê? Porque tem qualidade. Muita. É muito evoluído tecnicamente, talvez só argentinos e brasileiros nos suplantem, é rigoroso se for mentalizado para tal, ok não é como um jogador alemão e holandês mas andará cada vez mais perto desses padrões e ultimamente é cada vez mais possante fisicamente. Olhar para Rui Patrício, Bosingwa, Hugo Almeida, Bruno Alves ou Ronaldo e olhar para o Bento, Futre, Rui Barros, João Pinto ou Domingos são estampas físicas completamente distintas.

É óbvio que hoje em dia o futebolista que evolui nas competições nacionais estará a anos de luz da preparação e conhecimento táctico de anos anteriores e com a aproximação cultural e globalização em marcha é cada vez menos um “pobrezinho” analfabeto face a outras nacionalidades mais centro-europeias. Muito da valia da nossa selecção tem relação com este nivelamento, o resto é feito com a progressão exponencial que os jogadores adquirem em campeonatos mais exigentes como o Inglês, o Espanhol ou o Italiano.

É neste panorama que o Sporting, o Benfica e o Porto estão ainda a percorrer caminhos diversos. O Sporting até esta época sempre preferiu um forte investimento na sua formação e pontualmente um reforço estrangeiro. No Porto e Benfica é exactamente o oposto. Isto gera 2 fenómenos: o Sporting passa a ser o maior fornecedor da Selecção e os seus rivais são-no também mas de outras nacionalidades, num futuro próximo o Uruguai ou a Argentina preferirão realizar jogos amigáveis em  Portugal, tal é o contingente de jogadores desses países no nosso campeonato.

O Sporting na época que passou e nesta, deu muitas chapas 3. Foram 3 por Pereira, 3 por Evaldo, 3 por Torsiglieiri e Valdez, mais 3 por Fernandez na anterior. Penso que pena que tantos 3 não tivessem chegado para Silvio do Rio Ave, Lima do Belenenses, Coentrão do Rio Ave, Ruben Micael do Nacional e tantos outros jogadores de grande valia que temos referenciado mas não adquirido. A meu ver já que não podemos competir no mercado sul-americano ao menos que não deixemos passar em claro a ascensão de alguns valores, pelo menos antes dos nossos rivais.

Mas nem tudo se resolve depois de contratar. É um problema que de recursos humanos e a forma como os gerimos. Fernandez, Torsiglieri, Patricio e Valdez, são novos clientes num tratamento que já demos a tantos bons jogadores que brilharam e brilham fora de Alvalade. Que a qualidade do plantel é mediana é sabido, mas existem uns mais medianos que outros e convém não por tudo no mesmo saco.


Até breve.

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