domingo, 31 de outubro de 2010

Sofrimento Clube de Portugal

Hoje quando o jogo frente ao Leiria acabou, saiu vitorioso um Sporting que valeu pelo seu...sofrimento. Houve animo, garra, muita luta, mas não houve talento para acabar com um adversário que fazia o que podia para meter gente na frente. O talento nem sempre é rapidez, às vezes é saber esperar para dar as estocadas nas alturas certas e com calma e paciência.

Acho piada ao ouvir os comentários da partida que dão Torsiglieiri como o culpado do golo do Leiria, é mesmo querer criar "robertos" na equipa do Sporting. O homem fez o segundo ou terceiro jogo e já leva com os dedos acusadores. Por acaso até gostei da exibição do argentino. Mas antes de destacar alguém tem de ser referida a péssima exibição do árbitro, tanta falta sofrida pelos jogadores do Sporting não assinalada, entradas fora de tempo dos leirienses em que a lei da vantagem "abafou" vários cartões amarelos.

Pela positiva, os dois golos de Valdes, o empenho de Postiga e o espírito de combate de Maniche e Santos. Vukcevic esteve mais "cinzento" mas a ala direita do Sporting é muito forte (o treinador do Leiria bem tentou "encher" a sua ala contrária) e desequilibra o ataque dos leões. Entrou tarde Djaló, era o jogo ideal para ele e talvez até para Salomão (muito mais rápidos que Vuk e Pereira), mas temos um treinador muito pouco perspicaz no nosso banco, que deixou a equipa encontrar soluções sozinhas para vencer a um Leiria muito pouco inspirado.

Ganhamos e é mesmo o que mais interessa, mas convém em próximas partidas não dar tantas oportunidades ao oponente de regressar à disputa dos pontos. É que podemos não ter tanta sorte.

Até breve.

Mudanças de ganga

De repente, os responsáveis do Sporting começam a dar a cara. À excepção de Costinha, esta semana foi rica em declarações. Penso se haverá alguma coincidência com o facto da equipa ter ganho 3 jogos, espero que não. Há parte de timings, vão se desenrolando as "novelas" do costume, o relvado, a suposta boa forma da equipa, os sinais de mudança, o calendário de jogos, o mandato de Bettencourt, todos estes temas pairam nas palavras de presidente e treinador como se houvesse alguém realmente preocupado em saber alguma coisa que não seja de facto útil para o crescimento do clube.

Mas hoje surgiu uma nova polémica sobre os supostos favorecimentos de outros clubes em projectos imobiliários, todos sabemos que Bettencourt se refere ao Benfica e ao seu centro de estágios, mas ao não especificar, o Presidente do Sporting só remete para a opinião geral uma nota muito evidente de falta de coragem por não assumir aquilo que quer dizer. Sabemos que não está a mandar farpas directas ao clube da Luz, mas sim às Câmaras de Lisboa e do Seixal, mas penso que muito cedo começaremos a ouvir respostas num tom que nos irá desagradar.

Tenho a certeza que esta não era uma boa altura para começar a "coleccionar" polémicas e inimigos, a equipa tarda em mostrar regularidade e força para dar expressão ao desempenho mediático do presidente e em vez de dar umas dentadas nos adversários, o leão pode estar a dar o lombo para umas boas bicadas e chamuscadas de águias e dragões. A regra é simples, quando a equipa está bem todo e qualquer disparate é valorizado, mas quando a equipa não rende o melhor é ir falando para dentro e sobre o que se pode fazer para melhorar. Espingardar muito para fora só vai ridicularizar a figura do presidente.

Bettencourt deve sim preocupar-se em "falar com os sócios" sobre o que pode ser feito já em Dezembro no ataque ao mercado de transferências, como está a rentabilizado o seu património imobiliário, como se pode melhorar a Academia, como está processo do Canal Sporting e entre todas estas temáticas ir convidando ao apoio a equipa, às várias equipas que vestem o leão ao peito. O relvado é uma questão interna e gostaria que fosse debatido dentro do clube e não emitindo probabilidades à imprensa. Mais uma novela é tudo o que os sócios não precisam. Já têm lenha que os queima, esta não fazia falta nenhuma.

Só uma nota final para o tal código de indumentária exigido aos funcionários de Alvalade. Se foi tomada a decisão e está regulamentada que se pare de falar nela. Bettencourt tem um mandato para cumprir e não foi para se preocupar com este tipo de questões. Por uma pedra neste assunto era essencial para acabar com a anedotização constante. É à direcção que se exige decidir e ponto final. Não concordamos? Azar. Sigamos em frente, o tema não merece mais do que uma análise e todos já a fizemos.

Até breve.

sábado, 30 de outubro de 2010

Lá vamos nós outra vez

Depois de 3 vitórias, taça, liga e liga europa, o Sporting prepara-se para novo teste frente ao Leiria. É de facto uma excelente oportunidade para dar alguma tranquilidade ao clube, tirando a equipa dos lugares humilhantes onde tem andado na tabela da Liga.
Mas há sempre qualquer coisa que nos diz que este irá ser mais um teste de grande sofrimento para a equipa, onde o mais natural será o empate entre a não eficácia leonina e as reservas leirienses depois de uma goleada no Dragão.

Liedson e Fernandez vão fazer falta e marcarão ausência regresso num 4-2-3-1 com Abel, Evaldo, Torsigleiri ou Coelho, Carriço na defesa - André Santos e Maniche no meio campo defensivo - Pereira, Vukcevic e Valdez no apoio a Postiga no ataque. Penso que será este o alinhamento de amanhã, não é o melhor, mas é o possível face às lesões e recuperações de jogadores chave. Espero sinceramente que PS não aposte mais uma vez em Saleiro, que está mal em todos os parâmetros competitivos: fisicamente e psicologicamente parece atravessar uma fase menos boa e jogando fora devia o treinador poupá-lo a uma substituição ao intervalo.

Mas, como diz o título deste post, lá vamos nós outra vez, no meu caso sentar-me no sofá à espera de uma hora e meia de sofrimento e muitas unhas roídas. Não sou capaz de virar costas à equipa, espero sempre por um acaso milagroso que me dê um Sporting transfigurado e uma grande partida de futebol. Não deve ser muito provável, mas ainda assim quando chega a hora é me impossível não assistir. Talvez tenha algo de masoquista, ou queira provar a mim mesmo que o que penso racionalmente está certo, mas por qualquer que seja a razão, por mais que ache incompetente este treinador, por mais que me custe ver alguns jogadores de qualidade duvidosa com o leão ao peito, tenho de ver e torcer por algo bom.

Até breve.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O muito bom e o muito mau

Quando um atleta, já votado o melhor do mundo e provavelmente o repetirá mais vezes, afirma que deseja regressar ao Sporting, isso não é impulse…são boas notícias. Mesmo que no fim da carreira é bom que os grandes atletas do nosso clube tenham de facto essa vontade, torna-nos grandes, referências, locais de uma cultura diferente. Tanto a nível comercial como desportivo a vinda de Ronaldo no final da sua carreira para o clube que o projectou é algo que me faz feliz.

Nunca entendi muito bem, porque é que alguns atletas que sendo referências de clubes europeus e depois de mais de 10 anos a ganhar ordenados exorbitantes preferem ou rumar a clubes sem história nem glória nas Arábias ou nos EUA, desperdiçando uma oportunidade fantástica de completarem a sua carreira da melhor forma, ou seja, assumindo o seu estatuto de símbolo e conquistar talvez até uma posição de relevo nas estruturas do clube de origem.

Ao que parece, Ronaldo prefere a segunda hipótese e por isso o Sporting sairá sempre beneficiado. Se mais atletas como Figo ou Simão não tivessem vistas tão curtas e um coração que se move a euros, podiam ter feito a mesma coisa.

Noutro plano e muito pior como notícia, o relvado de Alvalade continua a dar que falar, surge agora como provável a sua substituição por um sintético. Ao que sei existem sintéticos de ultima geração que se aproximam da relva natural, mas que não terão nunca as propriedades do original.

Esta resolução a ser tomada, deve precaver as contrariedades que ainda persistem nos relvados artificiais, ou seja, a velocidade da bola, a absorção da chuva e adaptação que os nossos jogadores teriam quando jogassem fora de Alvalade, convém lembrar que metade dos jogos é feita fora de casa e se é certo que teríamos vantagem em casa, também é verdadeiro que teríamos um handicap fora, muito para além do desejável.

Parece-me mais uma “modernice” tonta, do género da bola oficial da Liga, cor-de-laranja fluorescente que durou apenas uns jogos. Acho que se deve atacar o problema de origem e se a própria arquitectura do estádio for o problema, então podemos pensar que os milhões de euros empregues no arquitecto responsável, foram esbanjados em coisas inúteis e não no essencial de um estádio de futebol, que sempre será o terreno de jogo.
No fundo é como construir uma casa sem telhado, ou uma casa de banho sem canos. A piada dos “azulejos” de retrete nunca esteve tão actual como agora.

Até breve.

Curas e remédios

Costuma-se dizer que quando o caminho é difícil, a pressa de chegar ao destino aumenta. Pois é, pela amostra que tivemos até agora, todo o sportinguista já começa a fazer contas à vida e às jornadas que faltam para esta "tortura" acabar. Gostaria de acreditar que ainda vou ver bons jogos do Sporting, boas vitórias, bons golos, mas o meu pessimismo realista coloca-me sempre a visão daquele jogo na Luz, em que um Benfica à beira de um ataque de nervos ganhou limpinho, venceu sem dificuldades um Sporting completamente tonto e descalibrado.

Esta visão traumática barra-me sempre a esperança e o jogos depois desse só comprovaram uma regularidade de más exibições. Depois existe a Liga Europa onde 3 vitórias muito bem conseguidas nos alimentam a desconfiança. A pergunta percorre-nos a todos: é uma questão de sorte na Europa e azar na Liga? Acho que no fundo sabemos a resposta, mas preferimos acreditar que a sorte tem qualquer coisa de fundamental nesta análise. Não sou dono da verdade, mas penso que mais dia menos dia vamos fazer uma péssima partida nesta competição europeia e assim deitar por terra o último reduto de esperança na capacidade desta equipa de atingir alguma coisa de bom.

Talvez nessa altura, acordemos todos para uma realidade, o Sporting está mal preparado tecnicamente e nos jogos mais fáceis tem tantas dificuldades como nos difíceis. A diferença é que em vez de perdermos 2-0, vamos empatando. Os pontos vão se evaporando, as jornadas passando e Paulo Sérgio sempre a perspectivar as tais melhorias e qualidades que mais ninguém vê. Do azar vamos passar à infelicidade e desta vais ser um pulinho até à crise...depois da crise vem a ruptura. Havia necessidade de esperarmos calmamente que o céu nos caia em cima da cabeça?

A medicina preventiva é e sempre será melhor que os medicamentos, ou purgantes, mas no Sporting a gripe alastra e todos os dias temos um "cérebro" que se recusa ir ao médico. Ele acha que amanhã irá acordar melhor, descrê na cura e às vezes chega mesmo a acreditar que está bem. Mas nunca acorda melhor e as noites mal dormidas vão lhe retirando força. Só mesmo quando estiver incapaz de se mover e sair da cama, surgirá alguém que o irá levar ao hospital. Esta analogia clínica é apenas mais uma forma de não me repetir no "diagnóstico".

Até breve.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O melhor jogador de sempre

Perguntei aos visitantes deste blog quem seria o melhor jogador de sempre do Sporting. Havia muito por onde escolher, mas os mais votados foram:






















O meu obrigado aos 68 participantes. Não posso dizer que seria o meu top, mas são sem dúvida grandes glórias do nosso clube e como tal é inteiramente merecida a votação.

Até breve.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O campeão da estatistica

Há um lugar onde o Sporting lidera destacado nesta Liga e esse lugar é a estatística de cantos, remates, ataques, só faltou o que mais interessa, ou seja, os golos sofridos e marcados e posse de bola.
A estatística chegou ao futebol como instrumento de análise complementar usados pelas equipas técnicas. Que me lembre surgiu quase simultaneamente em 3 sítios: na Liga inglesa, na MLS Norte-Americana e em algumas equipas nórdicas. É mais provável que tenha tido origem nos EUA, uma vez que há muitas décadas que outros desportos como o Basebol e o Futebol Americano vivem dos números como factos que fazem parte do espectáculo. Seja como for, no soccer entrou pela porta dos gabinetes de alguns treinadores com tendência para o benchmarketing.

Alguns destes técnicos iriam ser muito bem sucedidos e foi um ápice para que na liga germânica e italiana surgissem autênticos departamentos de estatística em alguns clubes de meio da tabela. Com o sucesso destes alastrou e no final dos anos 80 começavam os primeiros números a surgir nas infografias das transmissões televisivas. Eram recolhas ainda primárias que contabilizavam manualmente remates, cantos, faltas e outros rácios mais simples de somar. Com os anos 90 tinha fim o futebol espectáculo, chegava em força o futebol ciência com palavras como rendimento, coeficiente, rentabilidade. Os treinos passaram de meros laboratórios de jogadas e evoluíram para programas físicos e mapas de forma, uma autêntica F1 de atletas.

Com o futebol mais cientifico, a estatística ganha nova importância. Existem dois atletas dentro do clube: o jogador - com mais ou menos jeito para jogar à bola e o futebolista - um conjunto de números que exibem o seu comportamento durante 90 minutos. Depois existem 2 equipas: a que ganha, joga bem, dá espectáculo e a outra que reflecte numerais de posse de bola em ataque, sem bola, passes falhados, intercepções , kms percorridos e zonas de jogo ocupadas. Em 2010 estamos em plena era tecnológica e digital com milhares de análises, percentagens, micro e macro realidades.

Mas o futebol não é apenas análise, é muito mais. É um desporto espectáculo criado e adaptado para entreter quer quem joga, quer quem vê. E que bons jogos se vêm por exemplo em Inglaterra, Espanha, França e Alemanha. Em Portugal como na Itália, na Turquia e na Grécia não há espectáculo mas sim domínio. Em 90% dos jogos existe um desequilibro de mentalidades entre clubes e só há duas grandes tácticas: os que querem ganhar e os que não se importam de empatar e isso mata o jogo.

O Sporting deste ano não é mais fraco que o de outros anos, bem pelo contrário, porquê? Porque tem mais jogadores de nível médio, mais soluções e mais equilíbrios com pelo menos 2 jogadores úteis para cada posição. Mas falta-lhe dois factores diferenciadores: o killer instinct e um cérebro. O segundo constrói e agiliza as ferramentas enquanto o primeiro finaliza e cumpre o objectivo do jogo - o golo. Sem estas peças, as estatísticas podem dizer tudo que valerá....nada. Podem dizer que rematamos 40 vezes à baliza e que ganhamos 10 cantos, mas a pobreza do espectáculo continuará a ser verdadeira.

No ultimo jogo frente ao Rio Ave apenas fui bem entretido com futebol a sério nos últimos 20 minutos, os restantes 70 foram completamente entediantes e enervantes, mas a estatística diz o contrário, diz que o Sporting dominou em todos os campos, em todos os números, apenas não dominou o ecrã da minha televisão, que me mostrou uma equipa pouco mais competente que o seu rival. Cada um entretém-se como quer e pela minha parte continuo a ver futebol como sempre vi, pelo jogo, pela vibração, pela magia da surpresa com que somos arrebatados pelos bons jogadores. Será que estarei longe de ver isso em Alvalade? A estatística isso não diz.

Até breve.

Uma nova frente de batalha

Parece que o Sporting tem um novo inimigo, ou 4, conforme a visão da coisa. A televisão e os seus interesses são pelos vistos um grande inimigo da equipa do Sporting. Não o deixam descansar convenientemente, e logo, praticar o brilhante futebol que nos têm habituado esta época. Não sei se serão os feixes hertz, ou a fibra óptica, mas a televisão com os seus horários loucos e descabidos são na opinião de Paulo Sérgio um contra-poder no futebol.

O que o nosso treinador se esquece é de olhar por essa Europa fora e ver equipas a jogar às 12h30 de Sábado, ou às 21h30 na Quinta-Feira com muito menos do que 72 horas de intervalo, sem sequer pestanejar. Aliás convinha ao nosso técnico agradecer o facto dos contratos para a transmissão dos jogos já estarem mais que assinados, de outra forma muitos dos jogos do nosso clube nem passariam em directo, tal o espectáculo paupérrimo que os seus jogadores e tácticas têm oferecido.

O descanso de uma equipa entre jogos é previsto e negociado no inicio de época e a boa prestação do Porto, além dos espectáculos de futebol que oferece são factores que escapam ao controle das televisões. Garanto ao Paulo Sérgio que no dia em que o Sporting fizer 12 vitórias em 13 jogos consecutivos o clube terá outro peso na mesa de negociações de todas as TVs. Por isso deixo um recado ao PS:

Menos conversa e... ganhe jogos se faz o favor!

Até breve.

Péssimas notícias

Fernandez e Liedson estão lesionados e parece que com tempos de recuperação de um mês, talvez dois até estarem a 100% para competir, vai haver mais oportunidades para Djaló e Saleiro no ataque e Valdés e Vukcevic no meio campo. Se a troca no meio campo não assusta ninguém, já a ausência do levezinho vai fazer mossa. Este ano os avançados já não andam muito "famosos" e agora com lesões, vamos ter dose extra de ansiedade à espera que os substitutos do luso-brasileiro rendam qualquer coisa.

Pode ser uma boa oportunidade para voltar ao esquema com um ponta-de-lança apenas, secundado por 3 médios muito ofensivos como Vukcevic, Valdés e Salomão (ou Pereira?). Desta vez vai ser legitimo a Paulo Sérgio alguma criatividade para resolver este problema. Uma coisa é certa, a equipa ficou mais fraca...o que por vezes parece difícil.

Até breve.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sorteio 4ª Eliminatória Taça de Portugal

Calhou-nos o Paços de Ferreira e apesar do jogo ser em casa, não acho que irá ser fácil para um Sporting que internamente sofre para vencer quem quer que seja. Sugiro aos responsáveis leoninos que peçam aos dirigentes do clube da "capital do móvel" que na ficha de jogo conste Spartak de Ferreirev em vez do habitual FC Paços de Ferreira. Pode ser que a nomenclatura ajude a equipa a respirar inspiração mais "europeia".

Dia 21 de Novembro, espero que havendo taça, não "haja taça". Veremos como Paulo Sérgio consegue mostrar que aprendeu a lição da 1ª jornada e ganhar o jogo.

Até breve.

Análise individual (Sporting 1 - Rio Ave 0)

Patrício
Inesperadamente foi decisivo, com 3 boas decisões evitou o imerecido golo dos visitantes. Na “guerra” com Hildebrand ganhou mais uns pontos.

Abel
Foi o homem do jogo. Pelo golo e pela exibição, este jogador provou que sabe ainda muita coisa, quando Pereira quebrou fisicamente assumiu a extrema direita e fez todo o corredor. Bem no passe, procurou a profundidade da linha e entendeu com mestria a missão de evitar o afunilamento de jogo pelo centro.

Evaldo
Muito voluntarioso, nem sempre esclarecido, tentou ser mais um extremo do que defesa direito. Em boa verdade o Rio Ave poupou muito trabalho aos laterais. Foi escolhido para o livre directo, mas acertou na barreira, talvez não seja a melhor opção para a função.

Carriço
Bem, sempre atento e apesar de algumas trapalhadas em 2 ou 3 lances de ataque do Rio Ave, esteve bem, um pouco de desgaste foi visível na parte final da partida.

Coelho
Até estava a fazer uma boa exibição, mas uma pancada azarada de um avançado do Rio Ave na face impediu-o de prosseguir na partida. A lesão não parece grave, mas deve ficar de fora nas próximas partidas.

André Santos
Não subiu muito no terreno, resguardando os avanços de Maniche, mas tentou sempre cortar os ataques do adversário bem cedo. Bons pormenores e bom índice físico em toda a partida.

Maniche
Foi um farol para a equipa, nem sempre acertado, mas cheio de vontade, faltou a precisão de remate fora da área, aliás penso que não tenha sequer chegado a visar a baliza. Mérito para o esforço.

Salomão
Um pouco apagado, bem marcado, não teve a capacidade de se soltar isolando-se muito na linha, longe dos apoios. Saiu lesionado.

Pereira
Arrumado mais à linha, foi útil enquanto teve força para atacar. Na parte final já só fazia apoios e aparições na área. Muito combativo, sofreu muitas faltas o que lhe retirou com o passar dos minutos alguma perspicácia.

Postiga
Não marcou, mas andou sempre muito perto. Foi o “agente da mudança” da equipa e tem de lhe ser dado muito valor pela procura incessante da vantagem no marcado. O lance dos dois golos invalidados aprovam da sua garra renovada.

Liedson
Faltou qualquer coisa mais ao levezinho, a condição física poderá não estar no melhor dos patamares, este jogador habituou-nos a mais fulgor e sobretudo mais precisão nos lances em que participa. Saiu também lesionado.

Torsiglieri
Apesar de uma falha que quase dava um golo ao Rio Ave, apresentou-se bem, com iniciativa e depois de um começo hesitante a defender já não deu mais oportunidades aos adversários. Tentou o golo, coisa que parece ser imagem de marca do argentino.

Valdês
Entrou mal, está sem pulmão e ritmo. Alguma desmotivação é notória, parece um jogador descrente e “sozinho”. Requer algum acompanhamento da equipa técnica, não se pode “queimar” um atleta destes.

Fernandez
Entrada azarada. No primeiro lance que disputou lesionou-se. Um grande bravo pela forma como debilitado ainda tentou participar na partida, sobretudo no apoio à ala direita que era a mais produtiva.

domingo, 24 de outubro de 2010

Das tripas coração

Sem surpresas, o Sporting manifestou tudo aquilo que se tem dito e escrito sobre a sua capacidade de enfrentar equipas que se fecham à espreita de um contra-ataque. O Rio Ave apresentou-se bem organizado, muito preocupado com as entradas de Liedson e Postiga e cobrindo bem as acções pelas alas. Na verdade o adversário dos leões é uma equipa sem poder de fogo, lenta e dependente dos lampejos de João Tomás e Bruno Gama que vão disfarçando uma incapacidade para sair a jogar.

Foi confrangedor a pouca inspiração do Sporting para criar perigo, para ligar uma jogada, dei por mim a tentar lembrar-me se na altura em que Paulo Bento era tão contestado e Alvalade desesperava por bom futebol as coisas estariam tão mal. Tenho dúvidas que se tenha visto espectáculo tão pobre nos últimos 20 anos. Tanta e tanta dificuldade em jogar à bola. Patrício foi resolvendo os ataques meio atabalhoados do Rio Ave (uma equipa com mais talento tinha ganho o jogo) e apesar das lesões há muito para apontar a Paulo Sérgio pelos sucessivos jogos mal conseguidos em casa.

Tudo parecia caminhar para o empate, os vilacondenses iam deixando passar o tempo, mais no chão a simular lesões do que a praticar futebol, eis senão quando a revolta de Postiga se ouviu a alto e bom som. O avançado pareceu reagir mal ás sucessivas entradas faltosas dos defesas e decidiu mostrar à bomba a sua insatisfação pelo andar do jogo. Mandou duas bolas ao poste e obrigou Paulo Santos a defesa complicada.

A equipa pareceu tentar acompanhar o revoltado Postiga e Abel (grande exibição) em desespero remata à baliza , nunca aquela bola entraria se não fosse o monumental erro de golpe de vista do guarda redes vilacondense. O golo surgia aos 89 minutos. Merecido, mas muito aflitivo triunfo leonino. Noutra noite qualquer o Sporting tinha empatado o jogo e isso é muito preocupante. Nem a vitória serve como atenuante, perante os problemas que não são resolvidos, perante as soluções que não vão sendo encontradas. Quem quiser ser enganado que o seja. Esta foi mais uma noite de frustração e ansiedade. Dos 30 mil que estiveram no estádio, talvez metade pense duas vezes antes de voltar.

Prémio para Abel, Postiga, Maniche e Evaldo que tentaram fazer tudo para conseguir a vitória. Demérito para Paulo Sérgio que continua a não entender o défice de qualidade que a sua equipa apresenta. Tanto festejo por uma vitória sofrida frente ao último classificado é paradigmático do estado de penuria em que o clube se encontra. Pensemos se é isto que queremos para o resto da época. É?

Até breve.

Receitas Milagrosas

Apesar do título do post, não tenho truques para dar a Paulo Sérgio. Mas para quem acompanha a equipa do Sporting já não há muito mistério sobre o que é que tem de acontecer para o clube ganhar um jogo.
As grandes falhas até agora tem passado pela atitude do onze quando entra em campo e a concentração que dispõe durante os 90 minutos, especialmente se os golos não surgem cedo.

É pois essencial que a equipa procure desde o apito inicial a baliza e não insista numa posse de bola estéril com movimentações a roçar a sonolência. Para isso pede-se aos condutores de bola habituais (Pereira, Evaldo, Maniche e Fernandez) que de facto transportem a bola o mais longe possível e não entreguem a posse da mesma aos avançados numa fase prematura. Apesar de por exemplo Postiga ser bom na condução e a guardar o esférico, se estiver longe da área dificilmente criará perigo.

Este é para mim o pior defeito da construção ofensiva do Sporting e uma vez resolvido criará às defesas contrárias muitos mais problemas e incerteza. Torna-se fácil ler o jogo do Sporting quando Evaldo ou Pereira tem a bola, já se sabe que procurará o ala correspondente (Vukcevic, Salomão ou Valdez) e este o ponta de lança (Liedson ou Postiga) que estiver mais próximo. Quando Fernandez tem jogado, acresce de mais uma hipótese de passe no corredor central, mas convém que os médios defensivos (Maniche e André Santos) dêem linhas de passe para que o chileno consiga evoluir e aí sim devolver aos avançados a bola em condições de remate.

Ainda não entendi como é que Paulo Sérgio insiste num tipo de jogo que às vezes parece mais um jogo de matraquilhos, com posições estanques e pouca criatividade para ultrapassar as normais 3 linhas das equipas adversárias. A força, a garra juntas a bons níveis atléticos só serão uma vantagem quando existir capacidade técnica para ter a bola dominada em espaço vazios, o contrário apenas exige acompanhamento defensivo, que sendo à zona, chega e sobra para manipular o ataque leonino.

Espero que um treinador que quer levar o Sporting a algum lado se lembre frente ao Rio Ave de introduzir algo de novo e que não deixe a equipa ao sabor do aproveitamento dos golos de uma jornada europeia. O resultado tem sido catastrófico. Não vale a pena prémios de consolação de bolas no poste, penaltys por assinalar ou primeiras partes oferecidas de bandeja. O discurso do coitadinho e da falta de sorte só é válido pontualmente, por sistema implica incapacidade do treinador que o usa.

Até breve.

sábado, 23 de outubro de 2010

Entre(as)vistas de Bettencourt

A entrevista de JEB à Bola, que só li o enxerto na edição on-line, deixa-me confuso. Eu pensava que a comunicação social tinha como missão informar, ou seja, fazer as perguntas que o público gostaria de poder fazer. Mas Vítor Serpa ficou-se pelas questões circunstanciais de ser Presidente do Sporting neste momento, o que para mim é passar ao lado de todas as questões relevantes do futebol do clube.

Se eu fosse fazer uma entrevista com este presidente não deixaria nunca de fazer 6 questões fundamentais, a saber:

1/ Quanto, falando em percentagens, vai o Sporting ver aumentado na próxima época o seu orçamento para o futebol? Depois de tanta propaganda sobre o novo modelo de financiamento, era interessante saber o que vai realmente beneficiar a gestão desportiva do departamento de futebol.

2/ O treinador Paulo Sérgio tem no seu contrato alguma cláusula de rescisão que garanta ao Sporting a capacidade de o despedir por maus resultados?

3/ Porque é que o Sporting vendeu Veloso por valores tão baixos, quando já tinha garantido 10 milhões com a venda de Mourinho?

4/ O director desportivo Costinha não devia ter um papel mais interventivo na imprensa, especialmente numa altura de tanta contestação com a prestação da equipa?

5/ Se o Sporting não conquistar um lugar na Liga dos Campões e não ganhar nenhuma prova este ano, o treinador ficará no clube mesmo assim?

6/ O Sporting vai adquirir um ponta-de-lança na abertura do mercado de transferências em Janeiro?

Posso estar enganado, mas estas seriam as questões mais interessantes de serem colocadas a JEB, muitas outras ficariam por fazer, mas de uma forma ou de outra já todos conseguimos adivinhar as respostas sobre o insucesso de algumas contratações, sobre a contestação à sua direcção ou sobre o estado de finanças do clube.

Pode ser que no futuro alguém se lembre do que significa ser jornalista.

Até breve.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Noticia d´A Bola - Exclusivo!!

"Grimi, Djaló e Saleiro aceleram recuperação"

Eu pergunto, para quê?

Até breve.

Análise individual (Sporting 5 - Gent 1)

Hildebrand
Uma única falha, que parece enfermar ainda de um fora-de-jogo, deu um golo a um adversário que não incomodou. Pouco ou nenhum esforço numa exibição que pôs à prova a valia deste keeper.

Abel
Como já vem sendo hábito foi regular, inteligente a jogar e não inventando ajudou a fazer uma ala muita activa no ataque. Com a colocação de Pereira na posição 8, pode ter valido a titularidade como lateral direito.

Evaldo
Muito bem o luso-brasileiro. Força, garra, é uma espécie de Maicon à portuguesa.

Polga
Não teve muito que fazer, mas fê-lo bem. A lesão vem no momento em que estava a ganhar espaço no onze.

Carriço
Não brilhou tanto, não por errar mais, mas porque não foi testado pelos atacantes belgas. Ainda teve tempo de subir pelo flanco direito só para desenjoar.


André Santos
Um dos melhores. Bem a defender e muito energético a atacar. Sentiu-se mais seguro a subir, esperemos por um golo nos próximos jogos, já merecia.

Maniche
O bom Maniche esteve em campo. Nota-se que quer liderar a equipa dando o exemplo de prestação física e prontidão para todas as funções do jogo. O golo é a prova de tudo isso.

Pereira
A jogar na posição de Fernandez, o mínimo que se pode dizer é que foi o melhor jogador em campo, não tem rotinas de distribuidor mas compensou com muito empenho em levar a bola até aos decisores. Moutinho que se cuide…

Salomão
Tem o mérito de ter marcado o golo que “abriu” a equipa. Ainda não tem um peso muito grande no jogo da equipa, mas já decide qualquer coisa com golos e boas desmarcações. A crescer claramente.

Liedson
Uma partida a fazer lembrar outras passadas em que bola no seus pés era sinónimo de golos. Foram dois, podiam ter sido 4. Mas também não passemos do 8 para o 80 e dou os meus parabéns ao regresso do Liedson que resolve.

Postiga
Apesar de achar prematura a renovação com o jogador, é preciso referir que foi um avançado de equipa. Marcou, deu a marcar e procurou sempre ajudar a defender. Em alta o Hélder.

Torsiglieiri
Fico sempre com a sensação de poder estar ali um bom jogador. Entrou com garra e ainda teve tempo de rematar à baliza. Precisa claramente de mais jogos e mais difíceis.


Zapater
Lutou no meio campo e segurou a linha, mas com o Gent de rastos era mais fácil. A rever a evolução (ou não) do espanhol.

Vukcevic
Pouco tempo para brilhar.

Até breve.

Uma equipa bipolar?

Quem viu o jogo da Taça com o Estoril e o último frente ao Gent, vai certamente pensar que o Sporting tem dupla personalidade. Por vezes existem circunstâncias de um jogo que o tornam imprevisível, a tal magia do futebol, em que tudo pode acontecer. O Sporting esta época está a levar estes sortilégios a um extremo, sendo capaz de mudar totalmente de 4 em 4 dias. Ora eficiente e motivado, ora ansioso e errático.

A imprensa que li identifica a fraqueza do adversário como a justificação para a boa exibição dos leões, para mim será difícil que o Gent seja mais fraco que o Estoril, ou que o Levski seja mais fraco que o Beira Mar. O problema, quanto a mim, não está na qualidade do adversário, mas sim na qualidade efectiva posta em campo do Sporting. E a grande diferença? Os golos.

Tenho reparado que o Sporting esta época, quando marca primeiro e cedo, normalmente arranca para boas exibições. Quando não consegue marcar e ainda sofre, não há calma nem força mental para dar a volta ao jogo. É um problema mental, talvez um excesso de ansiedade da equipa em aproximar-se de um objectivo que lhes é exigido sem entender se estes 26 jogadores têm condições para garantir. Sobretudo com um técnico a fazer uma espécie de “estagiário remunerado” como Paulo Sérgio, que está a tactear a melhor forma de gerir uma equipa com os patamares de exigência dos leões.

Fica a ideia depois destas goleadas que o potencial da equipa é bem maior do que os jogos do campeonato sugerem e era bom que as boas exibições de Liedson, Postiga, Salomão e Maniche e outros chegassem também para o plano interno. Dar sequência a bons resultados é a melhor forma de consolidar um clube em estado de choque como é o Sporting.

15.000 adeptos estiveram nas bancadas de Alvalade, isto preocupa-me. A nossa média de espectadores aproxima-se a passos bem largos de marcas normalmente atingidas por clubes do género do Guimarães e do Braga. É muito pouco para quem ainda há dois anos registava muito mais do que o dobro. A falta de hábito de ir ver os jogos está a deixar de ser pontual e a transformar-se como o mais natural. Penso que é tempo de inverter esta tendência, com melhores políticas de preços, acções especiais e sobretudo muitas vitórias. O perigo de perder ligação com os adeptos é real.

Sempre achei descabida a associação com o caminho que o Belenenses percorreu e ainda percorre. Começo a entender como se pode chegar lá, como o Sporting pode perder influência, base de apoio, verbas, público. Isto merece muita reflexão e medidas concretas. 

Até breve.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Um fracasso relativo

Ontem sentei-me no sofá para ver aquilo que pensei ser um jogo interessante entre um desesperado Benfica europeu e um tranquilo Lyon. Notou-se muita falta de confiança nos portugueses e muita atrapalhação nos franceses. O Benfica perdeu e se o Lyon não tivesse tirado o pé do acelerador, podia até ter sido goleado.

Mas o que destaco da transmissão que vi foram os comentários. Qualquer um que tenha visto jogo, que não seja adepto do Benfica, deve ter reparado na autêntica sessão de “canal Benfica” patente nas declarações dos narradores da partida. Até ao primeiro golo do Lyon, o Benfica estava a controlar a partida, depois estava a reagir bem. Depois da expulsão ainda era possível fazer uma surpresa ao Lyon e só depois do segundo golo começaram as criticas a JJ pelo risco que estava a assumir. No final do jogo enalteceram o espírito combativo da equipa, com elogios rasgados a Coentrão e a Roberto. Conseguiram até ver a classe de Martins, Aimar, o atrevimento de Kardec e Saviola, a combatividade de Maxi e David Luiz.

No final do jogo, a julgar pelos comentadores, não foi o Lyon que desarmou o ataque à baliza de Roberto, foi o Benfica que equilibrou o jogo. Não houve referências ao porquê da saída dos 3 melhores jogadores do Lyon, à pancadaria que os médios portugueses se fartaram de dar durante toda a partida, à incapacidade do Benfica de criar uma oportunidade para marcar, enquanto o Lyon teve 6 ou 7…enfim, fico com a ideia clara de uma ligeireza na critica e uma super valorização do que o clube encarnado tentou fazer.

Pergunto-me onde está este género de comentário, quando joga o Sporting. Quando os comentadores passam os 90 minutos a desfilar um rol de estatísticas negativas da equipa, “não marca…”, “não ganha…”, “não consegue…”. Quando se utiliza 300 vezes palavras como ineficácia, inoperância, confusão, nervosismo, etc. Não quero com isto dizer que existe distorção dos factos, mas não há simpatia nenhuma e isso é tudo o que houve no comentário do Lyon-Benfica.

Isenção? Jornalismo? Verdade? Esqueçam lá isso, a SportTV assim como a SIC e a RTP, têm alinhado pela teoria do caos leonino e por oposição numa teoria da relatividade quanto ao insucesso do Benfica. Dá tanto jeito…

Até breve.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Andorinhas e Primaveras

Diz o ditado, que por morrer uma andorinha não acaba a primavera. Eu diria que por uma vitória não se ganha uma época, ou mais especificamente, que por um jogador ter marcado um golo num jogo não quer dizer que vá marcar muitos no futuro.

Esta época o Sporting tem vivido destes supostos crescimentos, supostos problemas resolvidos, supostas conquistas. Tudo para ser completamente desmentido logo na partida seguinte. Será difícil encontrar no calendário desta época, 3 vitórias seguidas, 2 boas exibições consecutivas, jogadores que tenham acumulado na transição de uma semana duas boas prestações.

Esta inconstância não é estranha, é fruto de erros e sobretudo de uma motivação que não existe. Dizer que se quer o título e depois fazer 3 empates seguidos com clubes de menor dimensão não é coerente, é falta de realismo. É sobretudo notório que quando uma equipa “desarma” em face dos seus objectivos, procura metas mais curtas, análises mais pontuais, soluções de urgência e de pouco alcance.

Para mim discutir se Liedson sorri ou não, porque é que não marca, é além de estéril, um perfeito esquecimento do que são os problemas de facto. O levezinho não marca porque não tem tantas bolas de golo como no passado, porque tem de vir buscar jogo mais atrás, porque não tem parceiros de ataque que o ajudem a fugir à marcação, porque está com uma falta de motivação fora do normal Estas são as razões de facto e não adianta encontrar azias, ou outros níveis de mau estar do jogador com o clube.

É para mim óbvio que qualquer grande jogador gosta de 3 coisas:

1-    Jogar num clube que se disponha a conquistar títulos;
2-    Jogar numa equipa que pratique bom futebol;
3-    Jogar num clube que lhe pague o ordenado (de preferência alto).

Se formos honestos, sabemos que o Sporting não cumpre totalmente estes requisitos, especialmente por culpa própria. Uma má gestão desportivo a longo prazo dá nisto e com apenas 7 jogos do campeonato, estamos praticamente arredados do título o que é uma mostra do potencial que temos para as outras provas.

Este desgaste de anos a fio sem conquistas, sem prazer de jogar e constantemente envoltos numa neblina de problemas, incide particularmente em atletas ambiciosos, que com toda a razão se tornam impacientes com o clube. Polga, Liedson, Moutinho, Djaló, Veloso eram dos mais “antigos” no clube e todos eles têm atravessado um deserto de conquistas atroz. Quem terá o direito de os acusar de falta de amor à camisola, quando desejaram e talvez ainda desejem conquistar troféus de prestígio?

A carreira de um jogador profissional tem no máximo 15 bons anos, 15 épocas de alto rendimento. Quantas já deu Liedson ao Sporting? Será assim tão estranho que queira experimentar uma outra camisola?

Talvez devêssemos perder mais tempo com a forma de conseguir que outros Liedson´s venham para Alvalade e as condições que futuras equipas terão para lutar por títulos. Essas sim são preocupações que nos levarão a tomar decisões correctas e colocar em cima da mesa, para discussão, problemas que uma vez resolvidos nos darão de volta o clube que andamos a perder todos os dias. Ao contrário do que muita gente anda a escrever por aí, para mim o Sporting é um clube que ganha jogos, ganha títulos, conquista, derrota os adversários, domina-os. Para mim o Sporting é um Leão. Não um gatinho. Esse não é o meu clube. Perdoem-me a comparação, mas prefiro um Leão pobre e esfomeado, zangado e conflituoso do que um gatinho saudável e mansinho que se deita o colo de qualquer estranho que lhe prometa uma festas no pelo.

Até breve.  

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Memória Curta

Quando se procedeu à revalidação dos vínculos de Romagnolli e Grimi, o Sporting cometeu um erro de julgamento: apreciou a performance dos atletas não pelo todo das suas prestações mas apenas pela melhor parte, curiosamente a última. Resultado, na época seguinte à extensão de contrato, os dois atletas mostrariam exactamente o mesmo que no início, ou seja, muito pouco. Romagnolli sairia a custo zero e Grimi provavelmente só sairá da mesma forma.

Seria de todo conveniente analisar a prestação de Postiga de forma diferente para que não suceda exactamente o mesmo. É lógico que estamos a falar de um atleta português, o que na posição de avançado é raro, cheio de talento, mas bastante instável. O problema de Postiga sempre foi o factor motivação, que tanto dá para grandes exibições como para épocas inteiras a marcar passo e a não marcar golos. Como é que se aposta num capital de tanto risco? Com as finanças debilitadas e com um historial no clube longe de ser brilhante, Postiga nunca deveria ser uma aposta forte, mas sim uma escolha bastante comedida.

Convém não ter o plantel repleto de “hipóteses” de bons futebolistas, mas sim de valores seguros e confiáveis. Quatro ou cinco más exibições individuais numa época são bem diferentes do contrário e Postiga tem sido muito mais um atleta de quatro ou cinco boas exibições em épocas inteiras de apatia. Ficar no plantel já penso ser questionável, investir mais na sua permanência acho uma loucura. O Sporting não pode gerir o seu futebol como se estivesse a apostar no Euromilhões, à espera do prémio, à espera de um rendimento do que parece não ser provável.

Carriço, Pereira, Evaldo, P.Mendes esses sim são sinónimos de regularidade, em que os padrões exibicionais se medem por alto. Os restantes 26 jogadores, de onde excluo os reforços por agora, tem muitos elementos que oscilam de prestação, sendo que esta época apenas Vukcevic, Patrício e ocasionalmente Postiga têm justificado a sua permanência.

É essencial compreender as curvas de carreira futebolística e o que significa em termos de gestão do plantel. Como digo, eu pensaria não 2 mas 10 vezes antes de colocar um contrato debaixo das mãos de Postiga. É que depois andamos a assobiar os atletas como se tivessem culpa de alguém os ter escolhido e colocado no relvado.

Até breve.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Leões na Bruma

Enquanto não se vislumbram pinheiros, oliveiras ou eucaliptos para a frente de ataque, o Sporting vai investindo no futuro dos escalões jovens. Noticias dão como imediato a assinatura de um contrato de profissional a Bruma um jogador de 15 anos que já joga nos juniores de Alvalade. Se a passagem prematura do guineense a este escalão por prova do seu valor, então pode ser que estejamos na presença de mais um grande extremo, alguém que siga as pisadas de Figo, Simão, Quaresma e Ronaldo.

Curiosamente o último grande extremo formado na Academia, chamava-se Varela e apesar de no Sporting nunca ter jogado a extremo, foi muito má a decisão de libertar o jogador. Talvez tenhamos aprendido a lição. Salomão é jogador e nos próximos anos talvez assegure uma das faixas, mas qualidade nunca é demais e será sem dúvida mais barato fixar um jovem à equipa do que largar 3 milhões de euros por sul-americanos de média qualidade.

Como digo, continua e continuará sempre a faltar o avançado. Já agora uma dica, no Inverness do Campeonato Escocês mora um avançado de 21 anos de nome Adam Rooney, marca que se farta e já tem muitos clubes na Premier League interessados na sua contratação. Não é um pinheiro, mas isso não tem impedido o outro Rooney, do United, de ser o melhor avançado inglês da actualidade.

Até breve.

domingo, 17 de outubro de 2010

A equipa em exame intercalar

Patrício
Subiu uns pontos, mais confiante, pena os ocasionais erros que muitas vezes valem pontos.
Hildebrand
Só um jogo e nada de especifico a salientar.
Tiago
Parecia fadado a não jogar, mas quando participou esteve razoavelmente bem. Deve deixar a baliza entregue aos outros dois competidores.
Pereira
Bom começo de época que valeu a chamada à Selecção, parece menos esclarecido nos últimos jogos.
Abel
Ao contrário da última época, o jogador parece querer dar luta a Pereira com boas exibições e acerto na função. Na lateral direita o Sporting está bem servido.
Cedric
Foi resgatado à equipa júnior mas ainda sem justificar a decisão.
Evaldo
Talvez o melhor reforço da época. Resolveu o problema de lateral-esquerdo. Pareceu mais confuso e ansioso nos últimos jogos. Muita força e concentração tem sido o seu cartão de visita. Não tem rival para o seu lugar.
Grimi
Nada ou quase nada. Quando foi chamado à equipa esteve mal. Foi dinheiro investido que continuará a ser desvalorizado. Devia ser tomado a mesma opção que levou ao empréstimo de Pongolle.
Caneira
Noticias dão como avançado o seu processo de rescisão. Já virá muito tarde.
Polga
O velho Polga parece querer dar sinais de si esta época. Já merecia melhor sorte no onze, talvez nos próximos jogos seja opção.
Torsiglieri
Um mistério este argentino. Nos particulares cometeu erros primários que lhe custaram a inserção no onze. Mas no único jogo que fez esteve muito bem. A rever.
Carriço
O melhor jogador da equipa. Não é surpresa, se houvesse mais fibra no plantel à sua semelhança nunca o Sporting estaria no 10º lugar. O futuro capitão…de caras.
Coelho
Começou muito bem, foi-lhe posto o epíteto de central da moda e desapareceu. Um problema de confiança?
Maniche
O “velhinho” Maniche ainda está para as curvas. É o motor da equipa quando está focado, mas desconcentra-se com as más prestações dos colegas. Quer carregar a equipa, mas com o seu estilo de jogo torna-se um “canhão solto” à procura de problemas. Justifica plenamente a sua aquisição.
André Santos
O miúdo tem talento e toda a gente lhe vaticina um bom futuro, mas ainda não “explodiu” para outros patamares, o suficiente por exemplo, para ganhar o lugar quando Pedro Mendes regressar. É bom jogador e está a aproveitar as oportunidades.
Zapater
Não tem nada do valor de Veloso, mas nota-se que é bom jogador. A adaptação não está a ser fácil e percebe-se agora porque é que o Génova o trocou de forma tão rápida. É um poço de força, mas não tem sabido “sentir” a equipa e ajustar-se ao futebol mais técnico do Sporting. Mal PS, que não rentabiliza este jogador.
Pedro Mendes
Ainda não regressou de lesão. Que falta faz.
Fernandez
Tanto talento e no entanto está difícil de aparecer um treinador que o ponha a jogar onde merece. Muitos equívocos com o chileno, não é um Aimar, não é um Simão, é Matias Fernandes e custa até entender que não é pivot ofensivo nem interior esquerdo. É um falso ponta-de-lança mais à semelhança de João Pinto e Sá Pinto.
Izamilov
Problemas é o seu cartão de visita. Não deve jogar mais com a camisola do Sporting. Quando regressar de lesão será vendido.
Salomão
A falta de jogadores nas alas, abriu-lhe portas inesperadas e o garoto apesar de muito imaturo tem sabido dar nas vistas. Pelo dinheiro que custou foi um achado, com mais jogos pode vir a ser um caso sério.
Vukcevic
Parecia arrancar para uma super-época, mas o resto da equipa não acompanha o seu ritmo. È mais natural que “quebre” o ritmo e a pouca paciência de PS que o retirou ao intervalo no último jogo vai acabar por matar a sua confiança. 
Valdes
O chileno tem bons pés, mas não tem encontrado a melhor forma para conquistar um lugar no onze. Está um pouco ansioso por justificar a sua contratação e isso tem sido muito prejudicial ao seu rendimento. Espera-se mais arte e mais calma desta escolha forte de Costinha.
Tales
Nada a salientar.
Djaló
Outro jogador que prometeu fazer uma época bem diferente. Mas não está render o que sabe. As confusões do treinador também não ajudam. Nunca será ala, nem interior, nem extremo. No contra-ataque é uma opção de valor, mas em 90% dos jogos o Sporting não joga nesse registo o que dificulta a sua escolha para o onze.
Liedson
Começa normalmente mal, mas com os golos vai subindo. Esta época está difícil de engrenar. Espera-se, ou melhor, anseia-se pela sua veia goleadora que tantas partidas resolve ao clube.
Saleiro
Ninguém tem dúvidas que é um bom avançado. Mas falha sistematicamente as poucas oportunidades que tem e será mais uma promessa adiada se não se “preparar” para não falhar as poucas que terá até vir um reforço para o seu lugar,
Postiga
É o jogador que mais tem surpreendido. Do homem dos “postes” tem surgido um avançado mais perigoso e confiante. Nota-se que trabalha mais, corre muito mais, e vai marcando golos o que de repente o tornou na opção mais válida para a frente de ataque.

Resumindo, a equipa está mais apetrechada que na época passada, mas as saídas de Moutinho e Veloso não foram colmatadas, não em termos de posição, mas em valor e diferença. Existem muitos jogadores que ainda não encontraram o seu espaço e o seu ritmo o que é uma área sobretudo técnica. Um treinador mais experiente já tinha colocado Zapater, Valdez, Fernandez e Liedson (os mais valiosos do plantel) a jogar de outra forma, mais soltos e sobretudo mais focados nas suas tarefas especificas. Mas todos parecem querer fazer tudo. Só como exemplo, é difícil às vezes saber quem é o extremo quando Valdes e Evaldo partilham a ala esquerda, ou Pereira e Vukcevic a direita e o pior é que não baralha o adversário metade do que confunde a nossa equipa.
Falta um ponta de lança à séria, um lateral esquerdo como alternativa a Evaldo e um dez que organize e paute o jogo, pelo menos para rivalizar com um pouco imaginativo Fernandez.
Grimi, Caneira, Cedric, Djaló e Izmailov estão a preparar-se seriamente para serem os próximos candidatos a sair do plantel. O mais grave é que Torsiglieiri, Tales e Zapater também e ainda há poucos meses chegaram. Pede-se a Paulo Sérgio que enquanto a teimosia de Costinha e JEB o deixarem permanecer no banco, aproveite melhor a variedade de talento que existe no plantel, nem que seja para que se prove que são erros de casting.

Até breve.

sábado, 16 de outubro de 2010

Que pobreza

A melhoria que Paulo Sérgio prometeu quando perspectivou as 2 semanas de paragem da Liga, provou-se inexistente. De facto quem viu o jogo entendeu que o Sporting fez exactamente o mesmo que noutras jornadas. Atacou confuso e defendeu nervoso. A diferença, que agradará a alguns, é que o adversário chamava-se Estoril, uma equipa mediana da Liga Orangina e o desta vez deu para ganhar.

Ainda seria admissível a desculpa da rotatividade do plantel. Mas ao colocar em campo Evaldo, Carriço, Paulo Santos, Vukcevic, Valdez, Liedson, Postiga e Fernandez dificilmente será usada a compreensão da pouca ligação de uma equipa de reservas. Quis e quero que o Sporting ganhe sempre. Mesmo vendo o Estoril a controlar completamente a equipa de Paulo Sérgio na 1ª parte, consigo por de parte a humilhação e o que acho deste treinador e torcer pela vitória.

Mas não posso deixar de evidenciar a pobreza, desesperante, de futebol que estes jogadores conseguem dar ao sócios. Não fomos, não vamos e não iremos a lado nenhum com este futebol, com estas soluções tácticas, com este treinador. Os próximos oponentes não se vão chamar Estoril, mas tenho a certeza que vamos continuar a ter absurdas dificuldades em marcar golos, em jogar bem, em ganhar jogos. No fundo o Sporting continua a dar sinais de não evoluir para lado nenhum com Paulo Sérgio.

O fraco entendimento de JEB e Costinha vão continuar a dar votos de confiança a um vazio enorme de capacidade e perspicácia que é o que se transformou Paulo Sérgio. A única motivação que a equipa demonstra é a de salvar-se a si mesma. Pode-se até dizer que o consegue, ganhando jogos de tempos a tempos e beneficiando de um discurso de "isto logo vai melhorar". Mas depois de um terço da época ainda estamos à espera do tal "clique" que devia ter chegado há meses atrás.

Hoje não vi nenhum clique, nenhum clake, apenas um enorme boink, o som de milhares de expectativas a bater num enorme balde de lixo. Só não vê quem não quer. Ou melhor só não ouve quem não quer ouvir. A música tem sido sempre a mesma.

Até breve. 

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A e B

Quando a equipa de habituais suplentes não parece muito mais frágil que a "titular" isso pode dizer duas coisas completamente diferentes: a equipa é tão boa que tem 22 profissionais com o mesmo grau de qualidade; a equipa é tão má que não existem 11 jogadores melhores que os outros.

O que podemos considerar a equipa B do Sporting, com jogadores como Hildebrand, Djaló, Abel, Polga, Zapater, Salomão e Torsiglieiri é um "luxo" e já deu provas de que é capaz de se sair muito bem. Veremos contra uma equipa que vai defender, o que produz, sendo que com tanto tempo entre jogos, só mesmo uma gestão que encara "períodos de férias" possibilita o não alinhamento dos habituais titulares. O jogo seguinte é 5 dias depois, o que para uma equipa que encara 2 como viáveis, não é nada.

Se o Sporting golear o Estoril, é mais um mar de dúvidas que se cria na, já por si baralhada, mente de Paulo Sérgio. Resta saber se isso acontecerá pela qualidade do todo ou pela falta de excelência de uma parte.

Até breve.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Siga para bingo

Sinceramente esperei mais da última AG do Sporting. Esperei mais do clube. Fora um incidente, provavelmente mais pessoal do que outra coisa entre associados, o encontro decorreu...morno. Não houve grande ânimo nas críticas à Direcção e apesar da votação ter deixado a ideia de que o mandato de Bettencourt sofreu um sério cartão amarelo, foi visível um comedimento de todos quando se tratou de abordar a gestão corrente e desportiva do clube.

Houve elevação nos argumentos, mas faltou alguma chama, que nem os intervenientes mais emotivos conseguiram provocar. Não sou um líder, nunca me passou pela cabeça tomar da palavra na AG, penso mesmo que ninguém conseguiria arrancar mais do que uma palmas de concordância aos quase 800 sócios que estiveram no pavilhão. Esta aparente apatia é sintomática de um vazio de inspiração. Ninguém tem argumentos, não há ideias, não há nada a dizer que não passe pelo "assim vamos mal".

O clube precisa rapidamente de ser unido em torno de algo, tive pena que a direcção tivesse deixado passar uma boa oportunidade de ser ela mesmo o pólo congregador, como um general que na batalha num último assombro de energia chama a si as tropas e cerra fileiras frente ao adversário. Não houve general nem cerrar fileiras. O que vi foi um capitão desautorizado pelo insucesso, a explicar paulatinamente e de uma forma muito institucional a razão de precisarmos de fileiras e de que é muito conveniente que se cerrem. Onde esteve a liderança? Saí da AG com a mesma sensação com a qual entrei, ou seja, preocupado.

Acabo este post com a primeira frase que me veio à cabeça quando saí:  "vai demorar algum tempo até voltar a ter o meu Sporting de volta". Espero que me passe depressa.

Até breve.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A Árvore e a Floresta

Ao olhar para as exibições de Pereira, Postiga, Moutinho na Selecção, a carreira hiper-elogiada de Veloso em Itália, pergunto-me se o problema do Sporting será realmente a qualidade dos jogadores. Acho que é pacifico que Tiago, Grimi, Saleiro e Tales poderão ser cartas difíceis de imaginar em qualquer outro clube de igual ou maior dimensão que o Sporting. Penso também que Valdes, Torsiglieri e Zapater ainda estão a adaptar-se ao futebol português e que P.Mendes e Izmailov lesionados a somar a um Liedson, um Djaló e um Postiga descrentes são peças que poderiam estar a dar muito mais à equipa.

Mas existe qualidade, muito mais qualidade do que os resultados e exibições deixam transparecer. Todos o dizem, todos o sabem, mas afinal porque é que não acontece?
Ultimamente vejo muitas das culpas imputadas à sorte. A sorte o azar, diz a matemática mais ensaísta, é uma questão de probabilidades, uma sujeição humana a um factor de frequência e sucessão de causas idênticas. Pondo as coisas de forma mais simples, se um jogador não rematar à baliza tem 0% de probabilidade de marcar golo, se rematar fora da área, terá 10%, se o remate for feito dentro da área subirá para 32%, se for um penalty 69%. Ora isto nada tem de sorte, é uma questão de jogo efectivo.

A trave, polémica recente em Alvalade, existe e faz parte do jogo. A missão das equipas não é mandar bolas aos postes, mas sim para dentro dos postes. O azar de acertar no poste é uma falsa questão, porque faz parte do jogo. Chamaria de azar, se um jogador com a baliza totalmente escancarada levasse com uma rajada de vento que o atrapalhasse de forma a falhar o golo. Isto seria azar, já que houve um factor estranho ao jogo, mas não ilegal, que interferiu no sucesso da jogada.
A sorte, diz o ditado, vem com o trabalho. Mas não quero dizer com isto que Paulo Sérgio não trabalha, ou que não “obriga” a equipa a trabalhar, penso que o trabalho não será é o mais correcto.

No primeiro dia de trabalho o treinador actual do Sporting anunciou que a equipa iria ter sempre 2 sistemas tácticos, um mais cauteloso e outro mais ofensivo. Até aqui tudo bem, existem treinadores que têm 3, mas é discutível até que ponto serão efectivamente  3 modelos distintos e não apenas um com 2 nuances adaptáveis. O problema é que os 2 modelos existentes na equipa rendem exactamente o mesmo, ou seja, muito pouco. A equipa parece adaptar-se melhor ao 4-3-3, mas com Izmailov, P.Mendes e Liedson fora da equipa, as alternativas não têm equilibrado quer as alas quer o meio-campo. A chave parece ser sempre a produtividade de Fernandez como pivot ofensivo e essa a meu ver tem sido mal explorada.

Existem muitas falhas no desenho defensivo e ofensivo do Sporting, a equipa quando quer atacar precisa de envolver muitos jogadores e quando precisa defender surge algo curta para o contra-ataque. Aqui Paulo Sérgio falhou rotundamente no treino de movimentação. Já nem falo nas bolas paradas onde a equipa não marca e sofre como gente grande. Todas estas brechas são facilmente aproveitadas pelos treinadores do nosso campeonato que tem dado banhos tácticos ao nosso. Quero ver alguém a contrapor isto…

Ora quando tantos Sportinguistas afirmam que os problemas do Sporting não se resumem ao treinador, escapa-lhes um detalhe: os problemas não se resolvem todos de uma vez. Quem gere o que quer que seja, sabe que quando temos, por exemplo, 4 problemas, o objectivo não é arranjar uma solução que os resolva todos de uma vez, mas sim isolar os problemas e encontrar uma solução para cada um.
Pegando na simbologia da árvore (também ela em voga pelos nosso lados) e da floresta, acho que os adeptos do Sporting têm olhado mais para a floresta, sendo pouco objectivos a olhar para a árvore principal que é a prestação da equipa de futebol. Um problema de cada vez recomendaria olhar mais para o que está a acontecer com o futebol e porque é que estamos no 10º lugar, a fazer jogos miseráveis, a ouvir desculpas que envolvem tudo menos a mais pura das verdades: o Sporting está mal orientado a nível técnico.

Culpar Bettencourt pelos resultados da equipa, é pouco razoável, a não ser que achemos que é o mesmo que treina, prepara e escolhe o onze da equipa todas as semanas. Que é o responsável máximo, isso é óbvio, mas até que ponto vai a sua capacidade para intervir na área técnica? Por mim culpo-o de apenas uma coisa, neste aspecto: não ter demitido Paulo Sérgio logo a seguir ao jogo da Luz. É que por exemplo o Pinto da Costa da última época é o mesmo desta e a equipa produz algo completamente diferente, o que mudou? Será que foi o treinador?

Na próxima AG do clube, muitos dos dedos acusadores só terão mais apoio popular pela má prestação da equipa e esse é um grande problema de miopia institucional. Os outros problemas são bem mais graves, com dificuldades financeiras e alinhamentos politico-desportivos misturados num cocktail explosivo. Mas não tenho nenhuma dúvida de que se estivéssemos no 1º lugar da tabela, seria mais uma AG morna e pacífica, ao género de tantas outras que tem acontecido nos últimos anos. È o que acontece quando deixamos que uma árvore arda pensando que a floresta é muito maior.

Até breve.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Carta aberta aos "senhores sportinguistas"

"Caros Luís Aguiar de Matos, Luis Duque, Pedro Souto, Bessone Basto e Vicente Moura,

Espero que esta carta vos encontre de boa saúde. Sei que não vão lê-la, mas mesmo assim resolvi escrever às vossas doutas sapiências. Pode ser que um "bom sportinguista" vos faça chegar este pequeno desafio. Ao ver-vos nas televisões, ouvir-vos na rádio e ler-vos nos jornais fiquei informado da vossa extrema preocupação com o estado do clube que penso serem tão apoiantes como eu. Por entender o vosso olhar indignado e a verdade das vossas consternações, imediatamente pensei que seriam as pessoas ideais para transmitir em Assembleia Geral toda a frustração e desilusão de nós vulgares adeptos. Pensei e espero não me enganar que tanta facilidade para "chegar" aos media quererá dizer também que existe disponibilidade para em plenário do clube levantarem a vossa voz e clamar contra esta direcção. Suponho que estarão presentes, suponho que vão fazer posse da palavra e suponho também que podemos contar com a vossa coragem para nos ajudar, a nós ralé, a entender o que se passa com o nosso clube. Entendo que vossas senhorias nunca seriam capazes de abandonar o clube nesta fase tão difícil, dando razão a outros sócios que vos acusam de "old farts" que mais não sabem do que servirem-se do clube como mais um veículo de fanfarronice para o vosso elevado estatuto social.

Como acredito em tudo isto, espero no final da próxima AG, vos dizer um "muito obrigado". Como agora se diz muito no futebol, "não me passa pela cabeça" outro cenário. Um bem aja.

Cumprimentos e Saudações Leoninas."

Lisboa, 12 de Outubro de 2010

Os inteligentes e os espertos

A permanente ameaça do Presidente do Benfica em boicotar a presença de adeptos encarnados nos jogos fora de casa, pode não ser tão parola como parece à primeira vista. Aos que prematuramente detectarem a falácia de tal decisão recomendo um raciocínio mais paciente. Num futebol organizado e gerido de forma isenta, tais declarações seriam imediatamente punidas pela FPF e Liga, atenta de facto ao bom nome das instituições, algumas delas sem representação nos organismos futebolísticos (como por exemplo a PSP, a GNR ou empresas de segurança privada) além de incentivar à não participação no espectáculo sem provas factuais do risco que tanto se fala.

Mas o futebol nacional é um lodo enorme de compadrios e cumplicidades e é neste tabuleiro que Vieira está a jogar. A esperteza muitas vezes é mais vantajosa que a inteligência, de facto sempre achei e senti na pele que a PSP do Porto fecha muitas vezes os olhos a autênticas barbaridades cometidas pelas claques do Porto. Não sei se em Lisboa estamos pior ou melhor nesse aspecto nos últimos anos, mas para Vieira isso não interessa para nada. O homem com esta polémica desvia a atenção da má prestação da equipa na Liga, abre uma nova frente de discussão contra Pinto da Costa e arrasta toda a massa adepta benfiquista numa pressão económica junto dos clubes, especificamente os clubes do norte do país.

Não resolve nada, pelo contrário cria mais um problema, mas é isso mesmo que Vieira quer, lançar a discórdia e colocar todo o peso do problema nas mãos de quem normalmente não decide nada. É previsível que esta medida resulte no oposto do que o seu proponente diz que quer. Se for cumprida a ameaça, pelos visto está já em marcha, prevejo muito mais problemas nas deslocações do Benfica a norte do país. A acontecer algo, e isso vai mesmo acontecer, o Benfica poderá reservar-se a uma autoridade moral que não possuí neste momento. Isso quer se queira quer não é uma vantagem. Como dizia Scolari, é uma situação "Ganha-Ganha".

Chamem-lhe parvo...

Até breve.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Recursos Humanos

Eduardo, João Pereira, Coentrão, Pepe, Carvalho, Meireles, Moutinho, Martins, Nani, Ronaldo e Hugo Almeida. No banco Liedson, Postiga, Alves, Rolando, Sílvio, Patrício, Danny, Varela e Tiago.

Algo ressalta à vista de todos, João Pereira, Liedson, Postiga e Patrício fazem parte dos quadros do Sporting, Pepe, Moutinho, Martins, Nani, Ronaldo, Danny e Varela já o fizeram e Coentrão e Sílvio estiveram a um pequeno passo de o ser. Deste lote que foi inscrito na ficha de jogo do Portugal-Dinamarca apenas Eduardo, Carvalho, Meireles, Hugo Almeida, Tiago e Rolando não estão e nunca estiveram de alguma forma ligados ao Sporting. Em 18, apenas 6 nunca vestiram ou estiveram perto de vestir a camisola verde às listas.

É certo que faltará contabilizar Bosingwa, mas também faltaram os lesionados Pedro Mendes, M.Veloso e Quaresma. Mas o que interessa é reflectir sobre o aproveitamento e aquisição de recursos humanos no futebol do Sporting. A necessidade de vender é comum a todos os clubes portugueses, mas convém lembrar que Martins, Pepe, Sílvio, Coentrão, M.Veloso, Varela e Moutinho foram cartas que saíram (ou não entraram) do nosso “baralho” sem muita coerência desportiva.

O jogador português está cada vez mais subvalorizado, dentro e fora de portas, nem sempre foi assim, houve toda uma década entre 1996 e 2006 em que o jogador nacional estava no top de preferências de todos os técnicos de grandes clubes europeus. Porquê? Porque tem qualidade. Muita. É muito evoluído tecnicamente, talvez só argentinos e brasileiros nos suplantem, é rigoroso se for mentalizado para tal, ok não é como um jogador alemão e holandês mas andará cada vez mais perto desses padrões e ultimamente é cada vez mais possante fisicamente. Olhar para Rui Patrício, Bosingwa, Hugo Almeida, Bruno Alves ou Ronaldo e olhar para o Bento, Futre, Rui Barros, João Pinto ou Domingos são estampas físicas completamente distintas.

É óbvio que hoje em dia o futebolista que evolui nas competições nacionais estará a anos de luz da preparação e conhecimento táctico de anos anteriores e com a aproximação cultural e globalização em marcha é cada vez menos um “pobrezinho” analfabeto face a outras nacionalidades mais centro-europeias. Muito da valia da nossa selecção tem relação com este nivelamento, o resto é feito com a progressão exponencial que os jogadores adquirem em campeonatos mais exigentes como o Inglês, o Espanhol ou o Italiano.

É neste panorama que o Sporting, o Benfica e o Porto estão ainda a percorrer caminhos diversos. O Sporting até esta época sempre preferiu um forte investimento na sua formação e pontualmente um reforço estrangeiro. No Porto e Benfica é exactamente o oposto. Isto gera 2 fenómenos: o Sporting passa a ser o maior fornecedor da Selecção e os seus rivais são-no também mas de outras nacionalidades, num futuro próximo o Uruguai ou a Argentina preferirão realizar jogos amigáveis em  Portugal, tal é o contingente de jogadores desses países no nosso campeonato.

O Sporting na época que passou e nesta, deu muitas chapas 3. Foram 3 por Pereira, 3 por Evaldo, 3 por Torsiglieiri e Valdez, mais 3 por Fernandez na anterior. Penso que pena que tantos 3 não tivessem chegado para Silvio do Rio Ave, Lima do Belenenses, Coentrão do Rio Ave, Ruben Micael do Nacional e tantos outros jogadores de grande valia que temos referenciado mas não adquirido. A meu ver já que não podemos competir no mercado sul-americano ao menos que não deixemos passar em claro a ascensão de alguns valores, pelo menos antes dos nossos rivais.

Mas nem tudo se resolve depois de contratar. É um problema que de recursos humanos e a forma como os gerimos. Fernandez, Torsiglieri, Patricio e Valdez, são novos clientes num tratamento que já demos a tantos bons jogadores que brilharam e brilham fora de Alvalade. Que a qualidade do plantel é mediana é sabido, mas existem uns mais medianos que outros e convém não por tudo no mesmo saco.


Até breve.

sábado, 9 de outubro de 2010

Assim sim

A estreia de Paulo Bento correu bem. A equipa quis e conseguiu. Esteve solta, mandona e criou muitas oportunidades para marcar. O resultado 3-1 é ilusório, não houve qualquer tipo de equilíbrio e até o golo dinamarquês é fruto de um acaso, um auto-golo puramente fortuito. É portanto uma mostra de confiança e força, talvez venha tarde e mesmo com tudo em aberto, a verdade é que a Noruega continua sem deslizes e a Dinamarca tem menos um jogo do que nós e só menos 1 ponto.

Até ao fim, o valor que temos merece que se lute. Grande exibição de Pepe, Nani e Coentrão. Ronaldo ainda continua trapalhão, mas marcou e criou espaços para que outros marcassem, o que bem vistas as coisas é um claro sintoma de melhoria. Aliás aproveito para dizer que considero Messi um génio, mas num Barcelona com Xavi, Iniesta Busquets e Pedro como médios "abastecedores" é obviamente mais fácil brilhar. Ronaldo e Messi para mim é, por enquanto, uma luta desigual.

Voltando à Selecção, penso que só falta uma escorregadela de um dos países nórdicos e podemos estar relançados na corrida, para já foi bom voltar a ver treinador, jogadores e público unidos e felizes, o futebol português e muito mais o país precisa disso.

Até breve.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Abutres notáveis

Gente que passa a vida a fazer declarações na imprensa, apontando o dedo aos responsáveis do clube, mas que depois, na hora de proporem soluções e ajudar, alegam que não têm saúde, tempo ou “disponibilidade profissional” para o fazer, são para mim piores, muito piores que os que dirigirem e cometem os referidos erros.

Todos somos geniais, olhando de fora para dentro. Eu próprio tenho consciência que as minhas verborreias sobre o clube são muito mais fáceis de escrever do que por em prática. Em democracia a liberdade de criticar está garantida, mas não isenta ninguém do dever de participar e contribuir.

Em alguns países é obrigatório votar o que é uma forma extrema de garantir a solidez do regime democrático, mas é só um exemplo das necessidades que a governação representativa tem e sempre terá. No Sporting a democracia existe e é efectiva, apesar de uma tendência para uma chefia totalitária dentro da equipa ela ainda não se transmitiu aos órgãos sociais do clube.

Mas se a democracia existe, também existem “notáveis” que devem adorar ver as suas fotos nos jornais associadas a notícias sobre o Sporting. A instituição é neste caso apenas um meio para o alimento do ego, uma vez que nunca um destes depoimentos ajudou a resolver o que quer que fosse, eles sabem-no, mas mesmo assim a tentação é sempre maior.

A razão invocada é normalmente a que sendo mais “iluminados” do que o “povo”, tem o dever de ajudar a formar a sua opinião. O problema é que quando a equipa ganha só sabem fazer elogios e quando a equipa perde só produzem frases como “estou muito preocupado com…” ou “causa-me apreensão…”. Na maior parte dos casos, esta gentinha só tem direito de antena quando a época corre mal, tempo em que as acusações e rótulos de incompetência são amplamente divulgados por uma imprensa sequiosa de mais achas para as suas fogueiras.

Acho que a acção destes “notáveis”, ela sim, é prejudicial ao clube. São estes que devem ser impedidos de entrar em Alvalade. Eu sei que não teria nenhum impacto já que muitos deles há anos que não compram um bilhete ou lugar de época, mas definitivamente estou um pouco farto destas comadres de vão de escada, que nunca deram nada ao Sporting.

Até breve.

Superficial

Tinha a desconfiança que a entrevista de Bettencourt fosse um bom tempo de antena para "passar" em revista o insucesso atroz da equipa de futebol como um problema de sorte ou azar, bola na rede ou na trave. Pois com pena minha confirmou-se. Gosto do estilo do nosso presidente, tenho até a convicção que será um fantástico gestor de homens e de instituições. Mas o pior é que não percebe nada de futebol.

Só assim se explica que entenda o fracasso do Sporting como um problema de azar. Que será resolvido com um clique. Absurdo. Chega a ser caricato como defende Paulo Sérgio e a sua forma de trabalhar. Bettencourt não sabe mas muitos treinadores e ex-treinadores podem-lhe dizer o que acham da nossa equipa e não tenho dúvidas que se todos formos honestos podemos facilmente constatar que este Sporting é uma versão bem pior do que o da última época.

Quero ver onde JEB porá tanta calma e paciência quando formos assolados por mais uma ou duas humilhações, derrotas, péssimos jogos, aliás penso até que com este voto de confiança pública dado ao treinador, o presidente se colocou ainda mais a jeito para ter de dar mais peito a ainda mais balas no futuro. Isto porque não acredito na recuperação desta equipa. Porquê: Porque apenas num jogo esta época (Brondby fora) foi capaz de ultrapassar as barreiras do que se esperava dela, nas restantes partidas e já são muitas é uma profunda e total desilusão.

Dizer que este Sporting joga bom futebol é o mesmo que dizer que os burros são como os cavalos, assim a 900 metros parece quase a mesma coisa. Mas não é. É bem diferente e quem gosta de ver jogar boas equipas entende claramente a diferença. Aliás as equipas que jogam bom futebol, normalmente ganham, o Sporting normalmente empata ou perde, e normalmente vê-se aflito para marcar golos a equipa como o Beira Mar ou o Olhanense.

Se Bettencourt quiser continuar a enganar-se achando que tem um bom treinador, pois que lhe faça bom proveito, por mim manterei a minha posição: cada semana com Paulo Sérgio é menos uma semana que temos para sair do buraco em que estamos metidos. Aos meus camaradas Sportinguistas recomendo que se lembrem sempre o que sentem quando assistem a um jogo do Sporting esta época, é gosto ou desgosto?

Até breve.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Quando o céu cai

Todos os clubes têm pilares, pontes, alicerces onde assenta a sua identidade e a sua segurança. O Sporting para mim sempre foi um clube organizado, ordeiro, brioso dos seus valores e uma bandeira de bom futebol, arte e magia dentro dos relvados. Há cerca de 10 anos, começámos a copiar um modelo à Porto, um modelo de luta, querer ganhar, sempre contra qualquer coisa. Começamos a ver os "sistemas" e a olhar demasiado para as nossas costas sempre com medo que nos roubem o "pão" das vitórias.

Deixámos de olhar para a equipa, para os bons jogadores, a estimar a casa onde formamos aqueles que sempre foram os nossos melhores atletas. Nos últimos 20 anos os símbolos do Sporting foram sempre formados no clube (Carlos Xavier, Figo, Ronaldo, Moutinho, Sabrosa, Peixe, Nani, etc) excepção será Yordanov e Balakov dois enormes jogadores que fizeram parte da última grande tentativa de Sousa Sintra em sair de décadas de insucesso, mas nunca de mau futebol.

Deixámos de olhar para nós próprios e demasiado para os nossos rivais, demasiado atentos ao que faziam e como o faziam. Perdemos o sentidos de nós próprios. A equipa que hoje sobe aos relvados em nada respeita o passado e a história do clube. Não sou saudosista, sei que tudo evolui e muda. Mas a minha pergunta é: Muda para o quê? Qual é a filosofia do clube neste momento?

Quando vamos buscar jogadores de 29 e 30 e tal anos para suprir carências da equipa, estamos apenas a tentar contornar problemas financeiros, ou a inverter um modelo de investimento no futuro, que sempre foi nosso apanágio. Todas as épocas a equipa do Sporting era a mais jovem e com mais margem de progressão. Era, já não é. Todos os anos o Sporting tinha 1 ou 2 jogadores que pela sua fantasia e criatividade empolgava o clube e o transportava nas camisolas de jovens e crianças. Tinha, já não tem. Sempre me habituei a ver o clube fora de polémicas, atritos, a evitar fissões e discussões internas. Evitava, mas já não evita.

O que é este Sporting? O que ganhámos em mudar? De que adiantou os passos decididos rumo a novos modelos de organização e financiamento? O que lucrou o clube em mudar a sua politica de formação, com pazadas de brasileiros, romenos e outras nacionalidades que não advém de nenhuma referência e ligação à nossa cultura nacional? Quem ganhou com um novo estádio que arruinou as finanças e elevou o preço dos bilhetes? As gamebox são um bom produto, mas quando vejo Alvalade num início de época com 20 mil espectadores e me recordo outros inícios com 40 ou 50 mil, pergunto-me onde está a evolução?

Onde é que nós estamos?

Nada do que está escrito são acusações a JEB, mas uma vez que é Presidente é sua obrigação preocupar-se, pensar, re-pensar, ouvir, seja o que for que ache melhor fazer no sentido de entender como é que passámos de uma grande instituição para uma grande desilusão. É que já nem a formação, essa virgem prenha de messias escapa e é hoje mais um calvário de conflitos e egos exacerbados. Onde está a palavra, a honra, a virtude, o amor e dedicação ao clube? Para onde nos leva tanto profissionalismo?

Se cair, quero cair de pé e não a chorar-me pelos cantos a ser espezinhado por "moinhos de vento".

Até breve.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Afinal ele existe

Amanhã Quinta-feira, por volta das 21h00, José Eduardo Bettencourt será o convidado de Judite de Sousa na Grande Entrevista. Não espero nada de especial neste espaço, a repórter está mais adaptada a contextos políticos, mas a aparição do Presidente do Sporting em prime time na TV prova 3 coisas: 1- Ele está vivo 2 - Ele ainda é Presidente do Sporting 3- Ele vai responder a perguntas sobre o clube.

Acho que esta aparição vem muito tarde, sabe-se que tem sido convidado por quase todos os espaços de debate televisivo sobre futebol, mas ainda assim, mais vale tarde que nunca. Peço a JEB que não se refugie em questões de "inimigos internos" ou "oposições maquiavelicas "...esse caminho de auto cegueira e desculpabilização foi percorrido durante mais de 8 anos pelo Benfica com os resultados que se conhecem.

Mas como tudo tem corrido tão mal a este presidente, que é bem capaz de passar uma hora a mandar recados para dentro do clube, passando por cima dos reais problemas do Sporting. A ver vamos.

Até breve.

Calma...só estamos em 10º lugar...(?)

Assisto às últimas notícias e declarações com uma indiferença total. Se Bettencourt foi dar alento à equipa no final do jogo com o Beira Mar, se Paulo Sérgio acha que vai ser bom ter um interregno para recuperar a equipa e se André Santos acha que todos os maus resultados se explicam com uma enorme falta de sorte…pois bem, isso para mim é pouco ou nada.

Izmailov continua uma cruzada para conseguir ir-se embora e não tenho dúvidas que ganhará este braço de ferro com os responsáveis do clube, a táctica de Moutinho levada ao extremo dá nisto. Ao menos o ex-capitão nunca deu entrevistas como a que deu agora o russo, jogando na lama e no ridículo a acção (algo polémica, mas defensável) de Costinha.

Enfim tudo está mal e assisto com perplexidade a um serenar dos ânimos com promessas de melhoria e outras poeiras que vêm tarde para o momento em que se encontra a consideração e confiança dos adeptos pela sua equipa. Acho que por este caminho, a calma e o deixar passar o tempo, só vamos garantir um total afundamento na tabela classificativa, um total abandono de espectadores de Alvalade, um total apoio a oposições internas que acusam esta direcção de inactividade.

Tarda Bettencourt em entender a gravidade do momento que se vive, se lesse apenas um das muitas dezenas de blogs, que quer se queira quer não, são bastante representativos, para perceber que o Sporting está neste momento num possível ponto de ruptura. São precisas medidas imediatas, incisivas e de grande impacto. A equipa de futebol está muito próxima de perder completamente os seus seguidores, muito próxima de ser ridicularizada num futuro encontro com uma equipa mais forte, muito próxima de deixar se ser equipa.

Aveiro expôs a dificuldade que onze jogadores têm em fazer coisas juntos, coordenados, algo que se verificou nos últimos jogos da era Paulo Bento, prova de um nervosismo de fim de linha, de uma urgência terrível de conseguir bons resultados. Se alguém reparou no jogo de Maniche, saltou à vista uma impaciência total, ele que é só o mais experiente da equipa. Quando se chega a este nível, o fim para o treinador está muito próximo, e na próxima jornada com o Rio Ave em casa, podemos assistir ao fim de um grande erro chamado Paulo Sérgio. Se perder ou empatar, será quase uma “justa causa” em cima da mesa, se ganhar, lamento dizer só estará a adiar o inadiável, ou seja, a iludir-nos mais uma semana.

Tinha alguma esperança que o Sporting entendesse, que fosse quem fosse que dirigisse a equipa, podia até ser o Mourinho, com os resultados conseguidos e sobretudo com as exibições (as pessoas confundem muito corrida e remates com jogar bem à bola) um treinador num clube como o Sporting tem de se demitir ou ser demitido. Não o fazer dá sinais claros de complacência com o fracasso, sinais claros que os responsáveis ficarão satisfeitos em não descer de divisão, o que com o orçamento do Sporting é impressionantemente ofensivo.

Despedir faz parte e não é um botão de nenhuma bomba atómica. A estabilidade não pode ser conseguida à custa da hipoteca prematura de uma época inteira de mau futebol, derrotas e humilhações. Para ilustrar o que digo, deixo umas perguntas: quantos dos novos sócios angariados nos últimos anos deixarão esta época de pagar as cotas, quantos novos sócios entraram para o clube nos últimos meses, quantos espectadores, sem gamebox adquirida compraram bilhete nas últimas 3 ou 4 partidas em Alvalade, qual foi a percentagem de quebra de vendas de mercahandising no último mês?

Até breve.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Estado de choque

Depois do meu último post, o qual foi escrito com uma desilusão planetária, confesso que ainda me sinto na mesma. Ou pior. Esperava, ou melhor, tinha a ilusão de acordar hoje de manhã e ler na imprensa alguma reacção por parte dos responsáveis do Sporting, depois do verdadeiro descalabro que foi o jogo de ontem em Aveiro. Já li todos os blogs e constato que o meu estado não é exclusivo, a nação sportinguista está em estado de choque. Não é para menos, a equipa de futebol, que sejamos honestos é 90% do que é o Sporting, é uma fonte de desilusão permanente e desfaz-se como uma miragem de uma (não grande, já passámos há muito esse nível) boa equipa de futebol.

Não vale a pena colocar um ar sábio, maduro e calmo e enfrentar a situação como se fossemos todos velhos marinheiros de cachimbo na boca, o caso é muito grave e cada ano que passa tem vindo a ser pior. Não é pelos jogadores, não é pelo treinador, nem pelo director desportivo, valha-nos a verdade nem sequer é pelo presidente. Simplesmente é por tudo. Todos estes intervenientes tem escolhido mal e tem sido mal escolhidos. É um problema de projecto desportivo e muito, mesmo muito, por não ter um plano ambicioso para o futebol profissional.

Acordamos agora para uma dura realidade: o Sporting está mal preparado em termos de recursos humanos e não tem noção estratégica sobre nada do que diz respeito à equipa de futebol profissional. Tenho ligeiras desconfianças de que se alinhássemos com uma equipa 100% oriunda da formação orientada por um bom treinador teríamos mais pontos do que temos agora. A pergunta para 1 milhão de dólares não é onde é que está o problema, mas sim como se resolve. Tenho para mim que JEB é um homem inteligente, capaz e embora com pouco jogo de cintura para o futebol, é capaz de delegar num director desportivo as grandes decisões no que diz respeito à equipa. Mas esta incapacidade de entender o jogo, faz com que não reaja, o que somado a um director desportivo ainda muito imaturo, se abandone a equipa a um treinador ainda sem currículo e voz autorizada.

É preciso uma voz de comando, murros na mesa, berros e até às vezes um "chicote" moral para agitar uma equipa de futebol com medo de tudo, alguém que avive as hormonas masculinas de 26 jogadores para que ultrapassem esta crise de confiança adolescente. Mas não existe esta figura. São tudo gestores calmos e muito reflectidos que vão assistindo de dicionário debaixo do braço ao descalabro da equipa. Paulo Sérgio é apenas um bom homem, mal preparado e ainda incapaz de liderar uma equipa sozinho.

Voltando à solução. Dia 13 há Assembleia Geral. Penso que a AAS já vai tentar colocar na ordem de trabalhos um ponto dedicado à discussão do projecto desportivo do clube. Sei e todos sabem que isso não resolve nada, numa assembleia todos ralharão e provavelmente ninguém fará sair nenhuma deliberação útil para o destino do clube. Não é o local mais indicado. O local que todos vêem é o mesmo, a secretária de JEB.

Nessa secretária está um contrato assinado com Paulo Sérgio e está um telefone. Para começar a resolver os problemas da equipa de futebol JEB pode pegar nele, ligar o número de Paulo Sérgio e dizer qualquer coisa do género: "Paulo, desculpa lá, como é? Pedes a demissão? A equipa está a 10 pontos do líder com 7 jornadas, a equipa joga miseravelmente e tenho os sócios prontos para na próxima Assembleia Geral me darem um voto expresso que isto não pode continuar...como é? Ah não pedes a demissão...achas que vais dar a volta por cima....ah sim...ok. Então estás despedido. O erro foi meu, tu não tens culpa nenhuma."

Eu sei que esta medida nada resolveria, mas também sei que era um bom começo. E vamos por partes:

1- Pedir a demissão do treinador e se ela não existir, demiti-lo (ao contratar Paulo Sérgio o Sporting podia e devia ter salvaguardado a sua rescisão, é um treinador sem currículo e sem grandes brilharetes, era do maior bom senso pelo menos imaginar que podia não resultar).

2- Contratar um bom treinador, mas bom mesmo, sem discussões. Nada de promessas.

3- No mercado de inverno assegurar a vinda de um bom avançado.

4- Reformular o plano estratégico do departamento de futebol, adquirindo um manager técnico de grande valia, alguém que avalie bem as prospecções e planeie não a próxima época, mas as próximas 4 épocas. Calendário desportivo, empréstimos, aquisições, participações em torneios, acompanhamento do futebol de formação e ligação ao departamento profissional.

5- Começar já a canalizar o máximo de capital para o início da próxima época. Se este manager técnico existir, construirá com Costinha e o próximo treinador uma "comisssão" responsável pelas aquisições da próxima época, mas com dinheiro e ainda mais bom senso do que temos tido. Gastamos muito dinheiro mal gasto.

6-  Existe uma grande percentagem de jogadores na actual equipa que já passou o seu tempo no clube e porque não joga ou quando o joga não rende, deve sair para dar lugar a novas "energias".

Estas são medidas urgentes, fáceis de compreender e fáceis de implementar se houver mais coragem e decisão. Só existe uma pessoa que o pode por em marcha. Uma pessoa onde tudo pode começar e também acabar. Essa pessoa é JEB e tem faltado muito ao clube pela sua aparente não capacidade para tomar grandes decisões em momentos oportunos.

Até breve.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Aos que defendem Paulo Sérgio

Depois de uma goleada...um empate. Péssima exibição, sem calma, sem combinação, sem equipa. Mais 2 pontos pelo caminho...no final da 7ª jornada, podemos ficar a 12 pontos do Porto, já estamos a 3 pontos do Benfica. Miserável. Aos que defendem a estabilidade e a manutenção do técnico...digo-vos que todas as semanas é mais uma semana para um técnico que está a dar provas evidentes de elevada incompetência porque:

1- Porque o Beira Mar podia ter ganho o encontro, dispôs de 3 ou 4 oportunidades no final da partida.
2- Porque o Beira Mar tem uma equipa fraquíssima, de pontapé para a frente.
3- Porque o Sporting esqueceu tudo o que fez de bom na última partida.
4- Porque em 7 jogos, temos 3 empates, 2 vitórias e 2 derrotas.
5- Porque a equipa não existe, vive de momentos individuais.
6- Porque a equipa não está preparada fisicamente para fazer 2 jogos numa semana.
7- Porque estou farto de humilhações, todas as semanas.
8- Porque se um treinador do Sporting não consegue ganhar a Olhanense, a Beira Mar, a Nacional, ao Paços   de Ferreira e com o Marítimo foi o que se viu, o que podemos esperar quando defrontarmos Braga, Porto, Guimarães?

Chega. Sou só eu que vejo uma equipa perdida, sem pontos de apoio no jogo, completamente improvisada e sem noção nenhuma de estratégia? Só eu?

Por favor JEB e Costinha, não esperem mais uma semana. Despeçam Paulo Sergio. A paragem da liga não servirá de nada com Paulo Sérgio, o trabalho que se diz estar a ser feito valerá zero na próxima jornada. Mas poderá ser o período ideal para a mudança de equipa técnica. Não haverá mais como esta e se tal não for decidido tenho a sensação que iremos assistir a muitos jogos como o de hoje. Estou farto da desculpa da concretização, blá, blá, blá, blá....e pontos? E vitórias?

Não há opção, alternativa, escolha, estratégia ou ponderação. Esse espaço esvai-se com as jornadas a passar, ESTAMOS NO 10º LUGAR!!!! EMPATADOS COM O VITÓRIA DE SETÚBAL!!!

Se isto não é razão para despedir um treinador, lamento mas o Sporting não será mais um grande, apenas um clube resignado com a mediocridade.

Até breve.

Leão sem dentes


Este é provavelmente o meu 497º post sobre o problema ponta-de-lança na equipa do Sporting. Foi frustrante a época passada e continua este ano a pouca produtividade dos nossos avançados. Na reabertura do mercado no ano passado investimos loucamente num Pongolle feito ao banco do Atlético de Madrid que nunca trouxe a fartura de golos que 6.7 milhões de euros podiam supor.

Nesta pré-época, apesar dos constantes alertas, Costinha não consegui alienar nenhum dos avançados existentes. Nem Djaló, nem Postiga, nem Pongolle interessaram suficientemente a outros clubes, e Pongolle sai com a certeza de que seria mais um ano para esquecer. Saleiro é uma espécie de “projecto” de grande ponta-de-lança que tarda em concretizar.

Em jeito de balanço, existem 2 avançados realmente capazes de ser o homem-golo que o Sporting precisa e mesmo estes (Liedson e Postiga) estão longe de dar descanso às noites de Paulo Sérgio. Liedson mostra uma quebra de eficiência (não de desempenho e trabalho) natural da fase da carreira que atravessa e Postiga emerge só agora de uma letargia anímica que durou 3 anos!!! Pior só mesmo o facto de não sabermos como evoluirão estes dois casos.

Uma coisa é segura, é preciso um bom avançado para dar golos a uma boa equipa. De nada serve ter um grande guarda-redes, grandes defesas e médios e depois ter avançados razoáveis. Simplesmente não funciona. A miopia que atacou os analistas internos do futebol do Sporting, capaz de dispensar a vinda de um avançado para esta época, deverá ser debelada o quanto antes, de modo a atacar o mercado de Janeiro com mais certezas do que dúvidas.

Que se empreste o Saleiro a um clube Belga ou Suíço, que se venda o Djaló por uns 5 ou 6 milhões a quem o quiser, o que gostava era de ver alguém para dar mais banco a Liedson e concorrência a Postiga. Era mais do que bom que remetesse estes dois para o banco, mas já não peço tanto, fico-me pela concorrência. A desculpa da falta de dinheiro terá de acabar um dia e quando se trabalha num dossier atempadamente, encontra-se de certeza algum avançado, num planeta inteiro, que queira vir para o Sporting. Já agora resolvam o caso do Caneira, não há paciência para estes “outcasts” desportivos. O salário deste podia muito bem pagar a jorna a um internacional do leste europeu.

Até breve.

Novo equipamento da SAD

Breves

Pongolle marcou dois golos. Só este facto era o suficiente para um post de muitos caracteres, mas fico-me pelo espanto do francês já ter marcado tantos golos neste início de época com o Zaragoça, como em 1 ano no Sporting. Por sinal foi um empate e Pongolle levou a equipa do 0-2 até ao 2-2 final.

Vai haver caça às bruxas (ou gambuzinos, não sei bem) em Alvalade. Aqueles que insistirem em denegrir o Sporting serão proibidos de entrar no estádio. Não que tipo de tribunal irá ser instalado no Campo Grande, mas acho que em vez de perseguir inimigos imaginários, JEB devia era olhar para o seu departamento de futebol profissional e preocupar-se com a forma de como estamos claramente a perder força competitiva.

Liedson lesionou-se e não vai jogar em Aveiro. Paulo Sérgio continua a ter demasiados jogadores lesionados no plantel e espero que este início de época não seja uma pequena amostra do que será o futuro do departamento médico do Sporting.

Há jogo em Aveiro e apesar do Beira-Mar ser mais ou menos da mesma valia do Levski, algo me diz que não vamos ter tantas facilidades. Espero que PS não invente e que ponha exactamente a mesma equipa em campo. Pode ser mais previsível, mas seguramente não devemos dar um tiro na confiança dos jogadores que golearam a equipa búlgara.

Até breve.

sábado, 2 de outubro de 2010

A lei da procura

Quando olho para para a equipa do Sporting de 93/94 dá-me dores de cabeça. Esta sensação desagradável só tem piorado de ano para ano e a razão é muito simples. Era suposto com a constante profissionalização dos departamentos de prospecção, melhorar também o aproveitamento dos reforços. Muito mais quando se tem cada vez menos capital de investimento.

Mas não, só tem piorado. Safa-nos a rentabilidade dos escalões de formação, esses sim têm sido fonte dos grandes reforços ultimamente. Na tal época de sonho e pesadelo de 93/94 tínhamos só…Figo, Balakov, Valckx, Juskowiak, Cherbakov, Nelson, Paulo Torres, Peixe, Paulo Sousa, Vujacic, Capucho, Yordanov, Cadete, isto só de memória…havia outros. Não vencemos o campeonato por alguma infelicidade e burrice de Queiroz que deixou solto João Pinto, o melhor jogador do Benfica na altura.

Mas à parte da infelicidade, havia a capacidade de ir buscar bons jogadores, especialmente no estrangeiro. Balakov, Yordanov, Valckx eram muito bons e não era preciso ser um grande olheiro para compreender a classe técnica de Krassimir, a disponibilidade e entrega de Ivahilo e a calma gélida aliada a um rigor impressionante de Stan. Gostaria de saber quem viu exactamente o quê em Pongolle, em Grimi ou em Farnerud, isto só como exemplo.

Baralha-me que com milhares de jogadores pela Europa à procura de dar o salto para um clube de maiores dimensões e outros salários, não descobrimos nenhum romeno, búlgaro, eslovénio, croata, sérvio ou polaco para melhorar os nossos plantéis. Não me digam que não há destes jogadores, a Alemanha, a Suíça, a França e a Bélgica vão todos os anos às compras e é vê-los a ir para o Arsenal, o Bayern, o Lyon dois ou três anos mais tarde por muitos milhões de euros.

É um problema de empresários? De falta de olheiros no leste? Tradicionalmente o Sporting não se dá muito bem com os mercados Brasileiros e Argentinos, só me vêm duas excepções à cabeça, Liedson e Duscher. O resto…foi muito mau. O que é estranho para um clube que tantos valores descobre em território nacional. Não seria boa ideia enviar os nossos prospectores em algumas viagens pelo leste? Pelo norte da Europa?

Costuma-se dizer que quem não tem cão caça com gato, mas nos últimos anos nem cães, nem gatos, dão-nos pedras da calçada para enfiar nos pés. Penso que seria a hora de começar a colocar gente certa no lugar certo e alguns dos responsáveis pelo sucesso da Academia, com missões mais internacionais. É urgente que o plano de reforços seja encarado como uma tarefa transversal e não continuar com uma atitude bicéfala na procura de mercados. Todos ganhávamos. A equipa muito mais.

Até breve.