sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Com uma "equipa" é mais fácil

Tal como muitos, tinha muitas reservas quanto à capacidade do Sporting em chegar à Dinamarca e marcar 3 golos. Não é uma percepção ilógica, não é pessimismo, nem falta de fervor leonino. É um cálculo de probabilidades. Mas o futebol é um grande espectáculo e para surpresa dos que desacreditavam nas hipóteses do clube em atingir a fase de grupos, a “remontada” aconteceu. Aconteceu também a premonição de Paulo Sérgio de que “quando menos esperarem, vamos marcar 3 ou 4 golos numa partida”. Surgiu quando era mais preciso que surgisse. Ainda bem.

Já tinha escrito que ao Sporting nada mais restava do que encarar o jogo sem receios, com muita concentração e preferir a qualidade à quantidade de ataques à baliza do Brondby. Foi mais ou menos isso que aconteceu. O jogo não foi muito conseguido, a equipa continuou a construir um jogo bastante desligado, o bloco esteve mais junto e disfarçou muito mais a falta de entendimento que ainda persiste entre médios e avançados.

Houve muita garra e especialmente muita união entre os jogadores, até Vukcevic ajudou os laterais a defender, o que é um símbolo do que foi a atitude global da equipa.

Patrício – Parece diferente, mais concentrado e destemido. Salvou a eliminatória com uma monumental defesa na 2ª parte.

Abel – Discreto mas seguro. Tentou jogar sempre apoiado e não dar espaço no flanco o que conseguiu. É uma opção secundária neste momento mas provou ser válida.

Evaldo – Que jogo. Uma força dentro de campo. Começa a pagar no campo a sua transferência. O golo que marcou destaca-se, mas a sua capacidade em jogar quase a extremo é uma arma que a equipa não tinha desde um miúdo chamado Paulo Torres. Se na época passada o lateral esquerdo era o lugar mais fraco da equipa, este ano promete ser um dos mais fortes.

Carriço – É um exemplo de “alma e coração”. De facto um capitão é isso mesmo. Teve algumas hesitações a defender que foram compensadas com um “nova” habilidade em avançar com a bola e devolvê-la aos médios começando as jogadas de ataque.

Coelho – Fez uma grande partida. Nem sempre bem colocado (às vezes esquece-se de marcar o seu atacante) mas foi um “rei” nas bolas pelo ar e cedo retirou ao Brondby a opção pelo espaço aéreo. O golo que marca é um prémio à determinação que colocou dentro de campo.

Santos – Está a subir de forma. Não fez um jogo tão bom como o anterior, mas tacticamente foi decisivo ao “manter” a porta fechada a contra-ataques. Varreu todo o meio-campo à grande trinco. Adivinha-se o banco quando Zapater e Mendes “assumirem” os seus lugares naturais, o que pode parar o crescimento deste talento.

Maniche – Dedicação e concentração nunca lhe faltam, a verdade é que passou a partida inteira a correr, muito participativo no corredor direito a atacar, regressando ao meio para defender. Faltaram aqueles tiros que costumam marcar as suas exibições, preferiu o passe onde esteve sempre bem.

Djaló – Não fosse ter sido o marcador do golo da vitória e teria feito mais uma exibição muito cinzenta. Grande golo, mesmo grande. Tentou jogar, mas é um jogador que baralha demasiado os lances. Decididamente não é um médio criativo, nem um ala veloz. Na frente e em contra-ataque tem o seu espaço natural. Como se provou.

Vukcevic – Quando aliar alguma “temporização” do esforço ao seu desempenho teremos um enorme jogador no onze. Recomendo-lhe observar o Figo da segunda época no Real Madrid para que entenda como deve decidir entre a jogada individual e o passe. Tem de levantar mais a cabeça. Bom jogo mesmo assim.

Liedson – Não marca mas mói. Foi um “poço” de energia e quase sempre sozinho na frente lutou com os “armários”. Muitas bolas altas na primeira parte fizeram-no passar ao lado do jogo. Marcou um golo, mas foi mal invalidado.

Postiga – Não conseguiu entrar no jogo e voltou a ser o velho Postiga que já todos conhecemos. Foi bem substituído, tarde, mas bem.

Fernandez – Deu mais opções de saída de ataque e construção de jogo. No lance em que se isola com 3 linhas de passe deveria ter sido mais rápido a pensar, apesar desta monumental falha, foi dinâmico e a equipa ganhou com a sua “batuta”.

Valdez – Pouco tempo para se exibir, mesmo assim um grande disparo de meia distância podia ter feito dele um herói.

Saleiro – Entrou para queimar tempo e descansar a equipa.

Espera-se agora a manutenção deste “momento” e frente à Naval a mesma determinação, concentração e espírito de entreajuda. Se for assim a Figueira dificilmente será um terreno mais difícil que a Dinamarca.

Até breve

1 comentário:

  1. Também acredito que estes 3 oportunos golos podem ser o despoletar de uma época bem diferente da malfadada época transacta.

    Oremos, irmãos de sangue!!!!!

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