segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Que pomar?

Não gosto de “maçãs futebolísticas”. Sejam maduras, podres, frescas ou com bicho. Em todos os plantéis existem jogadores mais e menos disciplinados, mais ou menos ambiciosos. É função de um treinador entender a psique do homem-jogador e trabalhar com ela de modo a rentabilizar ao máximo as suas capacidades em função da equipa. A disciplina não é um ponto de partida é um último recurso.

Já aqui defendi as qualidades do treinador Paulo Bento, mas como qualquer técnico com 4 épocas de primeira divisão, tinha algumas lacunas. Toda agente sentiu que a disciplina foi um dos seus maiores pecados.  É vasta a lista de jogadores que no “reinado” de Bento se incompatibilizou ou esteve perto de o fazer com o técnico. A linha dura seguida pelo ex-internacional português não dava muita margem de manobra e atleta que caísse na sua “lista negra” passava efectivamente um mau bocado.

Ninguém sabe o que fez Stojkovic, oficialmente foi considerado “muito grave”. Também ninguém o que poderia ter rendido este guarda-redes se depois de um incidente num jogo contra o FC Porto tivéssemos defendido o profissional de acusações de culpa. Recordam-se todos da polémica do atraso de bola que deu livre-directo e golo para o Porto num derby no Dragão.

Como digo a disciplina é a última carta, Paulo Sérgio provou isso mesmo ao resolver com classe o “pseudo-caso” Liédson. Ninguém sabe o que fez e o que disseram um ao outro, mas é assim que deve ser. Eu não quero saber, só quero que o “levezinho” jogue e marque golos e que respeite as opções do treinador.

Ao olhar para Vukcevic entendemos que dificilmente o montenegrino é um grande jogador de equipa, entendemos que terá sempre a tentação de driblar mais um adversário, de rematar quando a melhor hipótese é passar. No basket americano este tipo de jogadores são apelidados de “game winners” ou “first choice”. São individualistas e querem sempre ser eles a decidir os jogos, do princípio ao fim, principalmente no fim. Negar esta essência é negar que Drogba, Ronaldinho, Rooney ou Stankovic sejam grandes jogadores.

Entender o perfil de um futebolista é o primeiro passo para não ter casos de indisciplina. Não se pode “quebrar” a forma de jogar de um atleta por muito que isso se encaixe numa táctica colectiva. Anular diferenças ou qualidades em vez de as potenciar é um erro e mais vale transferir o jogador do que “provocá-lo” a uma reacção. Já se entendeu que Vukcevic dificilmente dará de borla o seu lugar na equipa. Ninguém sabe quanto tempo este estado de graça se irá manter, mas todos esperamos que não seja Paulo Sérgio a fazê-lo.

Assim como esperamos que em vez de contratarmos um novo guarda-redes, seja testada a relação entre o Sérvio e PS e ver se não conseguimos tirar outro “excluído” da cartola.
As finanças agradeciam e a capacidade para reforçar outros sectores também. É completamente diferente ter 2 ou 4,5 milhões para um avançado.

Até breve

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