segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O segredo do Insucesso (Parte 2)

Quando Liedson de esconde do jogo por falta de disponibilidade física. Quando Postiga parece rejuvenescido mas a acertar mais com a barra e os postes. Quando Pongolle continua a ser o avançado mais azarado de todos os tempos. Quando Saleiro entra em campo de braços e cabeça para baixo. Quando tudo isto acontece é difícil que qualquer estratégia atacante sirva para ganhar jogos. Existe um longo caminho a percorrer com estes avançados, penoso, lento e isso necessita de tempo. Tempo que o Sporting não tem. Foi evidente a época passada a dificuldade dos avançados leoninos em marcar golos, parece que a "enfermidade" não está curada e apesar de mais vivacidade o que é certo é que a bola continua a não entrar na baliza.

 Não houve reforços para o ataque e PS reza por um "regresso" de Liedson, um "reencontro" de Postiga, o "ressurgimento" de Pongolle e a "afirmação" de Saleiro para que a equipa facture as ocasiões que dispõe. Toda a pré-época se procurou um avançado com a secreta esperança que caísse no colo de Costinha. Não houve brindes e estamos tal e qual acabámos a época - a depender dos médios para materializar golos.

Já todos reparámos no decréscimo de Liedson, na sua dificuldade em marcar, na sua enorme "vontade" em trazer a bola até ao coração da área e rematar, porquê? Porque a bola não chega lá e porque não é um jogador de "esperar" a oportunidade. A sua impaciência retira-o da posição em que um verdadeiro avançado deve estar. Para isso, há pelo menos 3 épocas que se procura um dianteiro capaz de ocupar esses terrenos enquanto o levezinho deambula pelas faixas a lutar pelo avanço da equipa. Derlei foi o único que cumpriu essa missão.

Não é tarde para entender a carência da equipa num novo "homem-golo", a idade de Liedson obriga a que se faça o esforço para garantir esta entrada. Uma equipa não pode depender de um jogador que por muito bom que seja aos 32 anos está vulnerável a lesões e quebras de forma. É preciso, não, é obrigatório a vinda de um bom ponta-de-lança. Não Corradi´s desta vida, um jogador entre os 23 e os 27 anos que nos "descanse" deste problema eterno. Ganhar jogos implica marcar golos e sem ninguém com o faro indicado para o fazer todos os outros esforços serão inglórios.

Podemos ter um guarda-redes genial, laterais velozes, centrais altíssimos, médios pujantes, alas dinâmicos, mas sem um ponta-de-lança concretizador nada fará muita diferença. Os jogos fora com 1-0 no contra-ataque e os nulos em casa serão previsíveis. A Espanha foi Campeão do Mundo com sucessivas vitórias por 1-0, o mesmo é dizer que um golo faz toda a diferença entre o sucesso e o insucesso. Se por exemplo o Sporting tivesse jogado ainda pior na Mata Real mas tivesse marcado um golo sem sofrer nenhum, todas as crónicas seriam bem diferentes e os adeptos estariam muito mais contentes e motivados a encher o estádio. Veja-se o Porto, exibição horrível, nenhum destaque, mas marcou e está confortavelmente a gozar a semana à custa dos fracassos de Sporting e Benfica.

O futebol de hoje é assim, a exibição está directamente ligada aos golos e não às grandes jogadas, aos grandes dribles e combinações. Perdeu, então nada esteve bem. Ganhou, está tudo bem. O tempo de pedir desculpas por uma má exibição quando se ganha já lá vai. E tudo se resolveria com a contratação de um bom avançado? Querem uma aposta que sim?

Até breve.

1 comentário:

  1. Paulo Sérgio assumiu a derrota. OK.
    Tudo bem mas não é isso o importante. O importante é conseguir motivar os jogadores com palavras ou mudanças tácticas nas substituições que os levem a ter a força anímica que mova montanhas e dê a volta a resultados negativos.
    Se o 1º golo fosse nosso também tenho a certeza que a estratégia seria o ferrolho e ganharíamos pela margem mínima sem qualquer espécie de vergonha.

    ResponderEliminar