sexta-feira, 30 de julho de 2010

A tal renovação…revolução

Quando se confirmarem as saídas de P.Silva, Caneira, Tonel, Moutinho, Veloso e Djaló e quando já foram emprestados Pereirinha, Adrien, Mexer, R.Baptista teremos consumado aquilo que é de facto uma revolução no plantel do Sporting. É também o maior abanão de balneário desde que entrámos na era “Roquette”. A gestão da última década foi o que se pode dizer de conservadora, com uma certa preferência para continuidades, cumprimentos integrais de contrato, para uma estabilidade a todo o custo.

Custou demasiado, exigiu muitas vezes a ingenuidade de pensar que a postura altiva e séria pode comandar os desígnios de um clube de futebol em Portugal. Casos como o de Moutinho, Djaló, Veloso, Vukcevic e Izmailov abriram os olhos a JEB de uma forma tal que é visível que não havia alternativa…o Sporting deve ter uma postura agressiva no mercado e o mercado também está dentro do Sporting.

As diferenças orçamentais agravaram-se tanto que hoje o Sporting é um verdadeiro outsider na luta pelo título e não há um Sportinguista que não saiba que só com um plantel extra-produtivo e uma dinâmica de vitórias acima do que se espera, o emblema do leão lutará esta época por uma taça.

Para esta época está a ser feito um esforço para romper com o passado e realmente reforçar a equipa. Isso irá custar provavelmente a saída dos jogadores com mais mercado (Veloso, Moutinho, Djaló) por valores muito abaixo do seu potencial, mas depois de uma época desastrada, não há milagres e os valores de mercado são ditados pelo passado recente da produtividade de um jogador e não do seu potencial.

Como o dinheiro não cai do céu, só se contratou na função das vendas e sendo estas de pouca monta, não deu para mais do que Evaldo, Torsiglieri, Maniche e Valdez. Chega agora Zapater e chegarão ainda mais um avançado e um extremo direito. Mérito seja dado, são boas contratações, o que atenua o orgulho ferido da massa adepta em ver o “capitão” e o “diamante” da equipa vendidos a um rival histórico e a um clube menor italiano. Atenuará ainda mais se os tais reforços futuros forem jogadores de qualidade aproximada aos que já entraram.

Mas uma revolução é isto mesmo, tem de se abrir feridas e nem sempre a cura parece melhor que a doença. Resta saber para onde nos leva esta mudança. Acredito que haja um plano para colocar o clube no seu devido lugar e que esta época seja o ano zero. Mais para a frente ficará uma outra revolução, a financeira. Isso explica o curto prazo de validade dos jogadores Maniche, Mendes, Evaldo e Valdez. Trazem mais experiência e vão abrir espaço para outros reforços em próximas épocas, jogadores com a mesma capacidade de dar força à equipa e com mais margem de crescimento.

Para esta época deseja-se apenas o máximo. Se isso for bom futebol e uma atitude de trabalho e esforço, penso que o lema do clube estará a ser cumprido. Não quero atitudes de kamikaze no Sporting, deixo isso para outros clubes, mais vermelhos e sempre mais desesperados. O maior trabalho deverá ser a reestruturação económica, sem ela não sairemos desta lógica de vender o melhor para comprar o acessível e não se valoriza ninguém.

Até breve 

3 comentários:

  1. Concordo integralmente com o post. A saída de Moutinho, Veloso e talvez de Djaló (porque se fosse o Yannick a ficar eu não me importaria :) permite uma certa aragem nas finanças do clube, embora a uma escala mais reduzida do que os sonhos de alguns desejariam.

    As contratações já efectuadas visam um equilíbrio entre jogadores que com uma certa margem de segurança permitam obter um bom rendimento desportivo (o que depois de uma época desastrosa, tem mesmo de ser alcançado), a um valor consentâneo com a economia do clube e do país.
    Além disso, tal como foi bem assinalado, esta política permitirá, por um lado, acolher jogadores jovens de uma forma mais acompanhada e por outro, abrir-se-ão portas a esses jovens jogadores a curto/médio prazo, o que fará com que se consiga gerir as suas expectativas de carreira de forma diferente do que até aqui.

    A questão fundamental das vendas no Sporting continua a ser a relação tempo/dinheiro, se vendemos cedo demais poderemos estar a perder dinheiro, se vendemos tarde demais estaremos certamente a perder dinheiro e parece-me que foi isso que aconteceu com Moutinho e Veloso.

    No entanto, atenta a conjuntura, concordo com ambos os negócios, só espero que nestes últimos anos alguém no clube tenha tirado um bom curso de recursos humanos em futebol e que ponham em prática esses conhecimentos para o futuro.

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  2. Subscrevo na totalidade, ainda bem que existem sportinguistas que têm consciência daquilo que se passa em Alvalde sem grandes asneiras acredito que nos próximos tempos estaremos bem mais fortes e que com menos dinheiro fazemos mais que os outros olhe-se para o Braga!

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